Ao menos 42 entidades do setor agropecuário brasileiro manifestaram descontentamento com a decisão do Carrefour, na França, de suspender a compra de carnes oriundas do bloco econômico Mercado Comum do Sul (Mercosul), no qual o Brasil faz parte.
As entidades publicaram uma carta aberta no último sábado, 23. Assinado por organizações como a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o texto afirma que a ação da multinacional ignora os princípios do livre mercado e desvaloriza a qualidade das carnes brasileiras.
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O documento mostra o Brasil como líder mundial na exportação de carne bovina e de frango. O país abastece mais de 160 países, o que inclui mercados exigentes, como a União Europeia, Estados Unidos e Japão.
As entidades afirmam que a produção nacional segue padrões sanitários e de qualidade reconhecidos internacionalmente para assegurar a competitividade da carne brasileira no cenário global.
A carta mostra os avanços no setor pecuário brasileiro, que registrou um aumento de produtividade de 172% nos últimos 30 anos e uma redução de 16% na área de pastagem.
Carrefour toma medida “injustificada”
As instituições ainda lembraram do compromisso do Brasil com práticas agrícolas sustentáveis e a legislação ambiental rigorosa. A agropecuária brasileira preserva 282,8 milhões de hectares de área, o que supera em mais de quatro vezes o território francês.
Segundo a carta, a decisão do Carrefour pode limitar o acesso dos consumidores europeus a alimentos de alta qualidade e sustentáveis. Além disso, a medida pode provocar inflação e aumentar as emissões de carbono por causa da menor eficiência no transporte de produtos locais. As entidades exigem transparência e cooperação de empresas globais como o Carrefour.
“Se a carne brasileira não é considerada adequada para abastecer o mercado francês, fica difícil compreender como ela seria adequada para outros mercados”, afirmaram.
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