O Grupo Carrefour reportou que alguns de seus fornecedores de carne bovina interromperam as entregas para a companhia. A empresa publicou a informação em uma nota de fato relevante ao mercado nesta terça-feira, 26.
De acordo com o texto, o início da parada nas entregas ocorreu na quinta-feira, dia 21. É exatamente o dia seguinte à declaração de Alexandre Bompard, CEO do Carrefour, de que a empresa não venderia mais carne bovina do Mercosul na França. O bloco é formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai — todos exportadores desse tipo de proteína.
A declaração gerou indignação entre os produtores brasileiros. O país é sede de alguns dos maiores processadores de proteína animal do planeta, entre eles Marfrig, Minerva e JBS.
Representantes do setor, como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), emitiram uma carta aberta criticando a declaração. O documento contou com amplo apoio no meio empresarial, recebendo o endosso de 44 órgãos. Grande parte deles não tem ligação direta com a criação de gado, como, por exemplo, a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja MT), órgão que já foi presidido pelo atual ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e grandes empresários de nível global, como Eraí Maggi — um dos maiores produtores de grãos do mundo.
Em meio ao revés, Bompard publicou um pedido de desculpas. Depois da retratação, alguns fornecedores anunciaram a retomada das entregas.
Carrefour e as vendas de carne
No Brasil, o Carrefour opera as lojas que levam seu nome, além das redes Atacadão, Grupo Big e Sam’s Club. Segundo a própria empresa, 5% do faturamento da companhia vem das vendas de carne bovina. Considerando o movimento de janeiro a setembro, isso representa R$ 5 bilhões.
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