O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes afirmou nesta quinta-feira, 12, que “deverá haver denúncia”. Ele se refere a pessoas sob investigação no inquérito da suposta tentativa de golpe de Estado.
Conforme o magistrado, descobriu-se de “maneira muito clara” uma “trama golpista” envolvendo aliados do governo anterior. Ele sustenta que essa suposta trama está “bem documentada”. Na sua visão, a estratégia era usar o ataque às urnas eletrônicas como “pretexto” para um golpe de Estado.
Mendes: foco em Bolsonaro
Mendes fez a declaração à revista Carta Capital. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o veículo de imprensa questionou o ministro sobre uma viagem. Nela, o coronel da reserva Reginaldo Vieira de Abreu – que está sob investigação – fotografou Mendes no Aeroporto de Lisboa. O fato teria ocorrido em novembro de 2022, momentos antes de ambos voarem a Brasília, na mesma aeronave.
Na resposta, Gilmar tentou explicar a suposta trama de golpe. Ele atribui o fato a movimentações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados desde o início do governo. “Todos nós tínhamos uma preocupação desde o começo do governo Bolsonaro com eventuais abusos que pudessem ocorrer”.
O ministro citou a abertura do inquérito das fake news. Falou principalmente dos ataques ao STF e do suposto “gabinete do ódio” que operaria no Palácio do Planalto. Segundo Gilmar, a decisão de Dias Toffoli, então presidente da Corte, de abrir o inquérito, foi “extremamente sábia”.
O ministro também lembrou das críticas ao sistema das urnas eletrônicas. Essas críticas foram usadas pelo Tribunal Superior Eleitoral para declarar a inelegibilidade do ex-presidente até 2030.
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Mendes afirmou que a ofensiva contra o sistema eletrônico de votação era “mero pretexto para justificar” o fechamento do Tribunal Superior Eleitoral. Acrescentou que a tentativa de golpe incluía até o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de seu vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.
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