Dois delegados de São Paulo foram afastados preventivamente pelo governo estadual. Eles foram mencionados na delação premiada de Vinicius Gritzbach ao Ministério Público (MP) sobre a ligação de policiais civis com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Gritzbach era investigado por lavagem de dinheiro para policiais e membros da facção criminosa. Ele foi morto no Aeroporto de Guarulhos em novembro.
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De acordo com apuração do g1, os delegados afastados são Fabio Pinheiro Lopes, diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e Murilo Fonseca Roque, de uma delegacia em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
Além deles, o deputado estadual Antônio Olim (PP), também delegado, foi citado na delação. Olim já estava afastado da Polícia Civil devido ao cargo político que ocupa.
De acordo com fontes do g1, a força-tarefa criada pelo governo investiga se os três cometeram irregularidades. Todos vão responder em liberdade.
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O que dizem os envolvidos em delação sobre PCC
Procurados pela equipe de reportagem, Lopes e Olim negaram ter cometido qualquer irregularidade nas funções de delegados. Roque não foi encontrado para comentar o assunto.
“Dessa forma, ou o empresário faltou com a verdade para obter vantagens em seu acordo de delação premiada, ou foi enganado pelo mencionado advogado”, informou Lopes ao g1 por telefone. De acordo com o policial, Gritzbach foi investigado pelo Deic e indiciado por lavagem de dinheiro.
“Recebo, com veemente indignação, notícias acerca do meu nome e de outras honradas autoridades com fatos nebulosos, imprecisos e improvados, os quais não guardam qualquer relação com a realidade”, informa trecho da nota divulgada à imprensa por Olim.
“Não conheço, nunca estive ou recebi pessoalmente, o senhor Vinicius Gritzbach”, acrescenta. “Não mantive qualquer contato próximo ou mediato com essa pessoa. Nunca intermediei ou atuei pela gestão de procedimentos judiciais ou extrajudiciais a respeito dele, quem só soube existir quando do seu homicídio, publicamente divulgado, no Aeroporto de Guarulhos.”
“Repudio e expresso a minha cabal indignação ao uso de meu nome de forma vil, gratuita e indevida”, continua o deputado. “Não recebi nenhuma notificação oficial a respeito desses fatos, e sigo absolutamente sereno com relação a esse episódio, sobre o qual haverei de me posicionar, cobrando das autoridades os esclarecimentos e demandando as responsabilidades devidas, no momento e nas vias apropriadas para fazê-lo.”
Outros policiais delatados
Gritzbach também delatou sete outros policiais suspeitos de corrupção e ligação com o PCC. Seis deles estão presos, incluindo outro delegado, enquanto um está foragido. As prisões foram realizadas pela Polícia Federal (PF) em parceria com o Ministério Público.
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Entre os detidos estão o delegado Fábio Baena e os investigadores Eduardo Lopes Monteiro, Marcelo Roberto Ruggieri, Marcelo Marques de Souza, Valmir Pinheiro e o agente Valdenir Paulo de Almeida. Rogério de Almeida Felício, o “Rogerinho Punisher”, está foragido.
Outros presos incluem o advogado Ahmed Hassan Saleh e os empresários Ademir Pereira de Andrade e Robinson Granger de Moura, suspeitos de lavagem de dinheiro e associação com o PCC. Parte do grupo movimentou ao menos R$ 72 milhões ilegalmente entre 2018 e 2022.
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