O senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do Partido Progressistas, criticou a atuação do novo ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira. Para Nogueira, a estratégia de comunicação adotada pelo marqueteiro está prejudicando a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Desde a entrada de Sidônio no governo, Lula tem feito mais aparições públicas. Nogueira argumenta que a visibilidade excessiva de Lula não favorece um governo que enfrenta baixos índices de aprovação popular.
Uma pesquisa da Quaest divulgada na quarta-feira, 26, revela que o terceiro mandato do presidente enfrenta rejeição superior a 50% em oito Estados: Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Na Bahia e em Pernambuco, considerados redutos eleitorais do petista, a aprovação caiu mais de 15 pontos. Pela primeira vez, a reprovação nesses dois estados ultrapassou numericamente a aprovação.
O político também considera improvável que uma reinvenção do governo ocorra para reverter esse cenário. Apesar de André Fufuca, membro do PP, ser ministro do Esporte, Nogueira indica a possibilidade de o partido deixar o governo.
Nogueira defende candidatura de Bolsonaro
O senador Ciro Nogueira foi ministro da Casa Civil de Bolsonaro e presidente nacional do PP. Ele também é dos principais líderes do bloco de partidos que sustenta a base de apoio ao ex-presidente no Congresso Nacional.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, defendeu que Bolsonaro, que atualmente está inelegível, deveria ter o direito de se candidatar nas eleições de 2026. “As pessoas não podem admitir que um homem que está liderando as pesquisas seja impedido de disputar porque se reuniu com embaixadores”, disse.
Nogueira também comentou sobre a delação de Mauro Cid, que mencionou um núcleo que questionava os resultados das eleições, criticando a falta de ação dos comandantes das Forças Armadas em relação a supostos planos de golpe.
“Por que não denunciaram isso na época? É muito engraçado eles agora vindo com esse tipo de coisa”, declarou. “Eles tinham que ter pedido demissão ou ter denunciado. É a palavra de um contra o outro. E eu acredito mais na palavra do presidente. E vai ser um absurdo se Bolsonaro não for julgado no pleno [do Supremo]. Aí não é um julgamento justo.”
Quando interpelado sobre o suposto roubo das jóias sauditas, Nogueira disse que é necessário “virar a página”.
“Pelo amor de Deus, vamos virar a página”, afirmou. “Ninguém aguenta mais a mídia com esse discurso para tentar tirar o foco dos problemas do país. Me desculpe, eu não vou mais falar sobre isso.”
Presidente do PP diz que participação do partido no governo Lula foi um erro
Nogueira defende que a participação do PP no governo foi um erro, descrevendo a administração atual como ultrapassada e Lula como isolado politicamente. Ele sugere que Lula deveria dialogar com partidos que têm ministérios, mas acredita que a abordagem do presidente não será eficaz.
“Com o meu partido ele não vai conversar”, acrescentou. “A forma como o presidente Lula quer fazer isso não vai funcionar. Até nós fizemos isso no passado: entregam cargos para os partidos, recebem os votos. Hoje não vai.”
O senador também mencionou que Lula deveria anunciar que não será candidato novamente, com o objetivo de evitar uma queda maior em sua popularidade. Sobre a comunicação do governo, ele acredita que a estratégia de exposição excessiva de Lula precisa ser revista para não prejudicar ainda mais sua imagem.
Durante a entrevista, Nogueira também ironizou a inflação que afeta alimentos, mencionando, por exemplo, o aumento do preço do ovo.
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