A inflação de alimentos no Brasil disparou em 2024, ficando entre as maiores da América Latina. Com um aumento de 7,69%, o país posiciona-se atrás apenas de Argentina, Venezuela e Bolívia, nações que enfrentam crises econômicas mais profundas. Em contraste, países como México, Chile e Colômbia apresentaram índices bem menores.
O impacto da alta dos alimentos se refletiu na inflação geral, que atingiu 4,83%. Quando se considera apenas a alimentação no domicílio, a taxa sobe para 8,23%. Os números preocupam o presidente Lula da Silva, que prefere atribuir a alta dos preços à valorização do dólar e ao aumento da demanda, enquanto seu governo recebe críticas pela má gestão econômica.
Inflação atinge os mais pobres
Lula, aliás, sinalizou que buscará um canal de diálogo sobretudo com produtores e comerciantes para encontrar soluções. A situação é crítica, pois a inflação afeta principalmente os mais pobres, influenciando a percepção deles sobre o governo. O aumento dos preços dos alimentos, portanto, surge como um componente desafiador para o Planalto, que vê uma crescente queda na popularidade de Lula.
Uma recente pesquisa da empresa Genial/Quaest mostra que a desaprovação do trabalho petista atingiu 49%. O índice supera a aprovação de 47%, em um movimento inédito neste terceiro mandato de Lula. O governo, desse modo, busca saídas para o problema.
Algumas medidas, no entanto, têm rendido muito mais ruídos do que alívio junto à base política do governo. Somente em janeiro deste ano, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, emitiu dois comentários que geraram instabilidade e muitas críticas. Costa, primeiramente, chegou a falar em uma intervenção do governo para, ao menos, deter a subida de preços.
A fala do petista repercutiu negativamente, pois deu a entender a possibilidade de um tabelamento e uma interferência direta da gestão de Lula no livre mercado. Outro ministro, desta vez Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, precisou ir à imprensa e dizer que tudo não passava de um equívoco de comunicação.
A história da laranja: novo ruído
Mais à frente, o mesmo Rui Costa chegou a sugerir ao consumidor brasileiro que substituísse a laranja por outra fruta. A justificativa seria o aumento do preço do produto em decorrência de fatores externos. A fala do ministro virou memes na internet e mais críticas que destacaram, sobretudo, a falta de empenho do governo em reduzir seus gastos e aliviar o impacto sobre a política fiscal.
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