Em editorial publicado neste domingo, 20, o jornal Folha de S.Paulo criticou a guinada eleitoral do governo Lula (PT) na segunda metade do mandato, e destacou a substituição de reformas estruturais por medidas de apelo popular, como a isenção do Imposto de Renda para rendas de até R$ 5 mil e o crédito consignado com garantia do FGTS.
O jornal também aponta o voluntarismo na condução de políticas públicas, como a proposta de isentar 60 milhões da conta de luz, apresentada sem estudos técnicos.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou por conta própria um projeto para isentar 60 milhões de brasileiros da conta de luz. Ignorou o fato de o Ministério da Fazenda e a Casa Civil não terem elaborado estudos sobre o tema. Haddad negou a proposta. Silveira atribuiu a contradição a uma “falta de comunicação”. Como observa o texto: “É sintomático, de todo modo, que nem Haddad nem Lula tenham se posicionado sobre uma medida de tamanho impacto.”
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Outro exemplo da guinada populista foi a criação do crédito consignado para trabalhadores com carteira assinada, garantido pelo FGTS. O objetivo seria mitigar o impacto da alta dos juros, adotada pelo Banco Central para conter a inflação alimentada pelo aumento dos gastos públicos. Ainda assim, o Palácio do Planalto mantém o silêncio sobre alertas técnicos.
Estimativas oficiais apontam que, a partir de 2027, a expansão contínua das despesas obrigatórias pode inviabilizar o funcionamento da máquina pública. Mesmo assim, o “governo Lula, no entanto, parece reagir como se os números tratassem de décadas à frente.”
“Premido pela baixa aprovação popular a Luiz Inácio Lula da Silva, o governo entrou em modo eleição —e suas ações, aí incluída a política econômica, estão subordinadas a essa prioridade”, disse o jornal.
Governo Lula não enfrenta desequilíbrio fiscal
Em vez de enfrentar o desequilíbrio fiscal e a inflação com responsabilidade, a gestão recorre ao populismo e à propaganda. O texto faz um paralelo com Dilma Rousseff, e sugere que Lula repete erros que levaram à crise no governo petista anterior.
“Na última reeleição petista, Dilma Rousseff manteve o pé no acelerador do gasto público, negou o quanto pôde a necessidade de ajustes e adiou as decisões difíceis para o segundo mandato”, completou a Folha.
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