Em uma virada eleitoral histórica, o Partido Liberal do Canadá garantiu seu quarto mandato consecutivo nas eleições desta segunda-feira, 28. O economista Mark Carney, ex-presidente dos bancos centrais do Canadá e da Inglaterra, superou o conservador Pierre Poilievre em uma disputa marcada por tensão geopolítica, desgaste interno e críticas contundentes à influência americana.
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A vitória dos liberais foi projetada ainda nas primeiras horas da noite, com a apuração das províncias do Atlântico, Quebec e Ontário. Os resultados mostraram uma vantagem sólida de Carney sobre o adversário conservador.
Canadá deve adotar tom duro contra EUA
Ao discursar para apoiadores, Carney adotou um tom duro contra os Estados Unidos. Ele classificou o presidente Donald Trump como uma ameaça à soberania canadense e acusou Washington de tentar ampliar sua zona de influência às custas do Canadá. “Isso nunca, jamais acontecerá”, afirmou, sob aplausos.
De Trudeau a Carney: a mudança de liderança
A poucos meses da eleição, o cenário era adverso para os liberais. O então premiê Justin Trudeau enfrentava baixos índices de aprovação e deixou o cargo em março, depois de quase uma década no poder. Carney assumiu o comando interinamente e, apenas nove dias depois, convocou eleições antecipadas com o objetivo de consolidar sua liderança com um mandato próprio.
“Superamos o choque da traição norte-americana. Mas nunca esqueceremos as lições”, declarou Carney, ao prometer uma nova política externa baseada em alianças estratégicas fora do eixo Estados Unidos e Europa. Para Carney, o modelo atual de comércio global perdeu sentido, e o país precisa diversificar suas parcerias.
Do lado opositor, o clima era de frustração. A candidatura de Pierre Poilievre, que liderava as pesquisas no início da campanha, perdeu força nas semanas finais. Dados apurados até a madrugada de terça-feira 29, indicavam que o próprio Poilievre poderia perder sua cadeira no Parlamento, um distrito que representa desde 2004.
Em discurso, ele reconheceu a derrota e prometeu seguir na liderança da oposição. “Enquanto cumprirmos nosso dever constitucional de responsabilizar o governo e propor melhores alternativas, sempre colocaremos o Canadá em primeiro lugar”, enfatizou Poillievre.
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