A morte do papa Francisco, aos 88 anos, encerra um dos pontificados mais marcantes da Igreja Católica no século 21. Eleito em 2013, Jorge Mario Bergoglio transformou a rotina do Vaticano ao abrir mão de símbolos de poder e privilégios históricos.
Francisco recusou o apartamento papal e escolheu viver até o fim na Casa Santa Marta, alojamento simples dentro do Vaticano. Também não aceitou o salário simbólico de € 2,5 mil mensais, valor que Bento XVI recebia. A Santa Sé arcava com despesas básicas como moradia, alimentação e segurança.
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Durante crises econômicas, especialmente entre 2020 e 2021, o papa determinou cortes salariais na Cúria Romana. Cardeais que recebiam até € 5,5 mil mensais tiveram os vencimentos reduzidos. Hoje, a média é de € 5 mil. Parte do valor costuma ser destinada à caridade, já que muitos vivem em imóveis da Igreja.
Bispos têm teto salarial de € 3 mil. Padres recebem cerca de € 1,2 mil, e frades ou freiras sem função administrativa não contam com renda fixa. Aqueles que atuam em escolas ou hospitais ganham conforme o cargo. Os valores são isentos de impostos, conforme os Pactos de Latrão firmados entre o Vaticano e a Itália.
Papa fez uma doação de € 200 mil de sua conta pessoal ao pastifício operado por detentos do presídio romano
Apesar do compromisso com a transparência, Francisco enfrentou escândalos. O mais grave envolveu o cardeal Angelo Becciu, acusado de má gestão de recursos da Secretaria de Estado. Depois do caso vir à tona, Becciu foi excluído do próximo conclave.
Nos últimos dias, o pontífice fez um gesto simbólico: doou € 200 mil de sua conta pessoal ao pastifício operado por detentos do presídio romano de Regina Coeli.
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