Carlos Lupi, ministro da Previdência Social no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deve deixar o cargo entre esta sexta-feira, 2, e a próxima segunda-feira, 5. Gleisi Hoffmann, ministra da Secretaria de Relações Institucionais, comanda as articulações para a saída do integrante do alto escalão desde o início da semana.
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Fontes do Planalto ouvidas por Oeste também confirmam a demissão de Lupi. A decisão pode levar o PDT a romper com o governo Lula, algo que já era desenhado pelo presidente da sigla, Ciro Gomes.
A saída de Lupi ocorre em decorrência da fraude de mais de R$ 6,3 bilhões no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O escândalo veio à tona em uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da República (PGR).
O Planalto tenta se isentar da responsabilidade pela fraude. Apesar disso, ficou acertado, entre integrantes do alto escalão, que Lupi foi omisso diante das evidências do esquema.
Na Câmara dos Deputados nessa semana, o ministro da Previdência admitiu que sabia das fraudes no INSS, mas que não sabia da “gravidade” do esquema de corrupção.
“Fui surpreendido com o volume disso”, afirmou Lupi. “A gente sempre soube. Havia denúncia aqui, acolá. A gente recebia queixa. Desse quantitativo, uma quadrilha verdadeira, tomei conhecimento agora. Isso não pode continuar.”
Rompimento entre Lupi e o PT
A saída de Lupi no entanto, é espinhosa para a aliança entre PT e PDT — legendas que firmaram acordos durante as últimas eleições presidenciais.
O mal-estar é evidente entre Lupi — que não participou da indicação do novo presidente do INSS, o procurador Gilberto Waller Júnior — e a cúpula petista. Mas, segundo interlocutores, o iminente rompimento entre os dois partidos esconde outras intenções: o interesse mútuo, de alas tanto do governo quanto do PDT, em romper os vínculos políticos.
Parte do PDT, liderada pelo ex-presidenciável Ciro Gomes, quer um afastamento definitivo do governo. Por outro lado, setores do PT veem no possível desembarque pedetista uma oportunidade de abrir espaço na Esplanada para novos indicados do Centrão.
“Represento a ala que defende a saída do PDT do governo. Não vejo essa aliança como positiva para o Executivo”, afirmou um deputado petista, sob reserva. “Até agora, a união com o PDT só trouxe desgaste ao presidente Lula.”
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