O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), repreendeu o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Liberal (PL) por firmarem acordos que, segundo ele, impedem o avanço de processos contra parlamentares no Conselho de Ética da Casa.
A crítica veio depois que o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), reclamou da postura do deputado Gilvan da Federal (PL-ES) durante uma sessão da Comissão de Segurança Pública.
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Lindbergh sugeriu que o caso fosse levado ao Conselho de Ética. A resposta de Motta veio em tom de reprimenda. Ele afirmou que PT e PL já se uniram, no passado, para proteger seus próprios parlamentares. “Deixou Lindbergh chorar um monte, ganhar solidariedade de todos e, aí, descascou os partidos”, disse um deputado, sob condição de anonimato.
Segundo esse mesmo parlamentar, Motta chamou de “safadeza” a existência de um “acordo entre PL e PT para salvar parlamentares no Conselho”. Ele reforçou que “a palavra usada foi safadeza”.
Motta teria afirmado que, no passado, PT e PL “engoliram o centro” para preservar o mandato de seus quadros.
Hugo Motta reclama de partidos procurando o STF
O presidente da Câmara também mandou um recado a Lindbergh sobre a judicialização de temas internos da Câmara. Ele reclamou de deputados que recorrem ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tratar de assuntos legislativos.
A declaração ocorreu em meio à disputa entre o Congresso e o STF sobre a ação penal contra Alexandre Ramagem (PL-RJ), réu na denúncia sobre o suposto golpe de Estado.
Na semana passada, o ministro Cristiano Zanin, presidente da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal, enviou um ofício a Hugo Motta para informar que não é possível trancar a ação penal contra Ramagem. A resposta do STF foi motivada por requerimento analisado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e por ação apresentada por Farias.
O caso Gilvan
Apesar da crítica direcionada ao líder do PT, Motta autorizou o começo de um processo contra Gilvan da Federal no Conselho de Ética. A Mesa Diretora da Casa solicitou ao colegiado a suspensão do mandato do capixaba por seis meses.
O autor do pedido é o próprio Lindbergh Farias. O petista reclamou da postura de Gilvan da Federal durante uma sessão da Comissão de Segurança Pública.

Gilvan chamou o petista de “lindinho”, apelido atribuído a ele nas investigações da Lava Jato. Também afirmou que a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, seria “amante”.
O post Hugo Motta acusa PT e PL de fazerem acordo para livrar deputados de cassação: ‘Safadeza’ apareceu primeiro em Revista Oeste.