Duas pesquisas, uma delas liderada por cientistas da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD), nos Estados Unidos (EUA), indicam a possibilidade de desaceleração do envelhecimento humano.
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O outro estudo é comandado pelo professor Haim Cohen, da Universidade Bar-Ilan, em Israel, e tem feito descobertas sobre a proteína Sirtuin6 (SIRT6), cujo papel é fundamental no combate ao processo de envelhecimento e na manutenção da saúde celular.
A SIRT6 é uma proteína que ajuda as células a funcionarem bem durante o envelhecimento. Ela depende tem um papel importante em proteger o DNA, controlar o estresse dentro das células e manter o metabolismo em equilíbrio.
Estudos mostram que quando a SIRT6 está ativa, ela ajuda a evitar danos ao material genético e problemas nos telômeros — que são estruturas que protegem os cromossomos.
Quando essa proteína está em falta, as células não conseguem mais se multiplicar direito e entram num estado chamado senescência, ou seja, param de funcionar normalmente e começam a envelhecer mais rápido.
“Antes da descoberta dos antibióticos, as principais causas de morte eram infecções, que representavam 70% das mortes”, afirma Cohen a Oeste. “Com os antibióticos, as infecções continuam a ser uma causa significativa, mas agora estão mais associadas à idade. Isso muda a perspectiva sobre a longevidade e a forma como as doenças relacionadas à idade impactam a população.”
No estudo do professor Haim Cohen, o trabalho com a SIRT6 (existem outros tipos de SIRT) se diferencia pelo fato de se concentrar na reparação do DNA e na regulação da inflamação, o que é fundamental para a longevidade e a saúde celular.
Na pesquisa da UCSD, os testes se direcionaram a outra linha. Foram realizados com leveduras, organismos frequentemente usados como modelo biológico. As experiências levaram os pesquisadores a conseguir prolongar a vida útil dessas células em impressionantes 82%.
A base do estudo começou a ser desenhada em 2020. Naquele ano, os cientistas deram início aos experimentos que identificaram duas trajetórias distintas de envelhecimento celular nas leveduras. A descoberta foi essencial para os avanços posteriores.
Prolongamento da juventude das células
Segundo os pesquisadores da UCSD, cerca de metade das células envelhece devido à perda gradual da estabilidade do DNA, estrutura responsável por armazenar toda a informação genética. Já a outra metade segue um processo diferente, ainda em investigação, que não passa diretamente por danos genéticos, mas envolve outras alterações celulares.
A pesquisa utiliza um circuito genético sintético para manipular o processo de envelhecimento das células de levedura. Esse circuito reprograma as células, equilibrando os dois caminhos de envelhecimento identificados pelos cientistas: o desgaste do DNA e as outras alterações celulares.
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Ao fazer isso, os cientistas conseguiram prolongar a vida útil das leveduras em até 82%. O objetivo é, no futuro, aplicar esse modelo em organismos mais complexos, incluindo os humanos, para retardar o envelhecimento.
Para tanto, os cientistas encontraram uma forma de estender a vida útil das células sem que isso comprometesse suas funções básicas.
O resultado, segundo os autores, foi a aplicação deste novo circuito genético sintético que controla dinamicamente o processo de envelhecimento. Ele distribui melhor os recursos celulares e reduz os efeitos negativos de ambas as rotas degenerativas.
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