Kim Kataguiri quer audiência na Câmara para discutir rombo dos Correios

O deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) protocolou um requerimento de audiência pública para discutir o rombo de R$ 2,6 bilhões registrado pelos Correios em 2024. Segundo o parlamentar, a crise decorre de escolhas políticas e financeiras equivocadas e ameaça as finanças públicas. A audiência deve ocorrer na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC)

No pedido, que inclui convite ao presidente da estatal, Fabiano Silva dos Santos, Kataguiri afirma que os Correios enfrentam uma crise financeira “sem precedentes”.

O prejuízo quadruplicou, em relação ao déficit de 2023, de quase R$ 600 milhões. É o pior resultado desde 2016. O rombo decorre da queda nas receitas e do aumento das despesas operacionais.

“É fundamental destacar que a crise enfrentada pelos Correios não pode ser atribuída apenas a fatores econômicos ou operacionais”, afirmou o deputado. “Há indícios de que o uso político da estatal contribuiu significativamente para sua deterioração financeira. Denúncias de aparelhamento político, má gestão e perda de capacidade operacional têm sido recorrentes.”

CPI dos Correios

Oeste mostrou que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), atuou para barrar a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o prejuízo bilionário dos Correios. Ele pediu a aliados que não assinassem o requerimento apresentado pelo senador Márcio Bittar (União-AC), ainda na fase de coleta de assinaturas.

A indicação de Hilton Rogério Maia Cardoso para a diretoria de negócios dos Correios motiva a movimentação. O indicado é apadrinhado de Alcolumbre e, segundo fontes do Senado, assumiu uma área “que tem grana”.

Hilton Rogério Maia Cardoso começou a trabalhar no dia 14 de março. Ele ocupou anteriormente o cargo de superintendente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) no Amapá, reduto eleitoral de Alcolumbre.

Projetos para impedir novos prejuízos

Um projeto de lei complementar, apresentado por Kataguiri no fim do ano passado, cria regras mais rígidas de responsabilidade para empresas públicas e sociedades de economia mista. O texto prevê critérios de eficiência e sustentabilidade financeira para manter a operação dessas entidades.

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Entre os principais pontos do projeto está a proibição de que a União repasse dinheiro público a estatais deficitárias que não consigam manter suas operações de forma regular. Nessas situações, a proposta prevê a privatização automática da empresa em até um ano. A medida só será aplicada se o Tribunal de Contas da União (TCU) confirmar oficialmente que a estatal perdeu sua capacidade de funcionar.

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