O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou conflito de interesse em processos que envolvem a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O magistrado é sócio-fundador do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), que tem parceria com a CBF.
“Sou sócio do IDP e, em dado momento histórico, o IDP aceitou uma proposta da CBF para realizar os custos que a CBF Academy fazia”, contou o ministro ao portal UOL. “Foi somente um contrato de direito privado, dirigido pela direção do IDP. Não há conflito de interesse em relação a esta questão. O IDP é uma instituição extremamente conceituada no Brasil e no exterior. Neste caso, o IDP estava organizando e cedendo seu bom prestígio à CBF, e não o contrário.”
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A polêmica começou quando Gilmar negou pedidos de afastamento do então presidente da organização, Ednaldo Rodrigues. Em janeiro de 2024, o ministro reconduziu Ednaldo ao cargo. Nesta quinta-feira, 15, no entanto, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) determinou novo afastamento do gestor.
O motivo do afastamento é uma determinação do STF, enviada ao TJ-RJ, para investigar a suspeita de que a assinatura do ex-presidente da CBF, coronel Nunes, foi falsificada no acordo que manteve Ednaldo no comando do órgão.
Diante do caso, o senador Eduardo Girão (Novo-CE) solicitou uma investigação. Ele afirmou que houve um “gravíssimo conflito de interesses”. Ao UOL, Gilmar disse que não iria “responder a crítica nenhuma” do parlamentar.
Gilmar Mendes evita falar sobre afastamento de Ednaldo
O ministro evitou responder a perguntas sobre o afastamento de Ednaldo da presidência da CBF. Ele contou, porém, o motivo de ter transferido a matéria do STF ao TJ-RJ.
“Houve um acordo, feito entre três remanescentes nessas ações que corriam no Rio de Janeiro, desistindo e retirando qualquer pleito ou queixa”, disse Gilmar. “Isso veio para cá [STF] e foi homologado por mim, que era o relator de um processo que tem conexão com esta matéria. Aí, surgiram imputações de que um dos signatários não estaria em condições de fazer a assinatura, que seria falsa, ou muito provavelmente falsa. Eu disse, então, que isso não era matéria da nossa competência e devolvi o tema ao tribunal do Rio de Janeiro.”
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Parlamentares da oppsição já articulam requerimentos para uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com foco em Ednaldo e veem na crise da CBF uma forma de pressionar Gilmar. A relação entre o ministro e a entidade aparece tanto nos pedidos ao STF para afastar Ednaldo quanto nos requerimentos para convocar o dirigente ao Congresso.
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