O chavismo usou Lula e o PT para se legitimar e se financiar, diz Estadão

Em seu editorial de opinião desta terça-feira, 10, o jornal O Estado de S. Paulo concluiu que o chavismo, sob o comando do ditador Nicolás Maduro, sempre usou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o seu partido, o PT, para se legitimar e se financiar.

A publicação reforça a ideia de que, embora o petista blinde o seu antigo “camarada” Maduro, este não dá a menor importância a tal fidelidade, e age sem qualquer reciprocidade.

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Entre a sexta-feira, 6, e o domingo, 8, milicianos ligados ao governo da Venezuela  cercaram a Embaixada da Argentina, sob custódia do Brasil, em Caracas. O espaço abrigava seis membros da oposição, liderada por María Corina Machado. 

Não há indignação de Lula contra o chavismo, segundo o Estadão

Líderes da oposição, organizações independentes e chancelarias dos Estados Unidos, Argentina, Paraguai, Uruguai e Costa Rica emitiram notas duras de repúdio às ameaças de Maduro, tanto ao Brasil quando aos refugiados venezuelanos sob sua tutela.

“Mas o Itamaraty se restringiu a afirmar burocraticamente a inviolabilidade das instalações argentinas; também disse que manteria a sua custódia até que Buenos Aires indique outro Estado para exercer esta função”, observou o Estadão. “Nem uma mísera palavra de indignação. O máximo de emoção que o Itamaraty foi capaz de exprimir foi ‘surpresa’.”

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O texto lembra que esse movimento na Embaixada ocorreu um dia depois de o governo venezuelano suspender unilateralmente o consentimento para que o Brasil protegesse os interesses da Argentina no país. 

Além disso, o jornal afirma que, enquanto Nicolás Maduro promete ‘banhos de sangue’, rouba as eleições, declara que só vai entregar o governo a algum preposto chavista e persegue opositores, Lula continua a dizer de que “não há nada de anormal ou grave” na política da Venezuela.

Maduro intensifica repressão, mas Lula defende o amigo | Foto: Ricardo Stuckert/PR
Enquanto Nicolás Maduro promete ‘banhos de sangue’, Lula continua a dizer de que ‘não há nada de anormal ou grave’ | Foto: Ricardo Stuckert/PR

Aliás, em uma entrevista a uma rádio, na sexta-feira, Lula se fez de desentendido em relação às atas das eleições presidenciais, de julho, que a ditadura de Maduro já disse que não vai divulgar. A solução que o petista encontrou para a fraude eleitoral foi a ideia de realizar “novas eleições”.

“O chavismo sempre usou Lula e o PT para se legitimar e se financiar, mas Lula e o PT são incapazes de manifestar indignação, se não pelas agressões ao Brasil, ao menos pela ingratidão do indigitado companheiro”, critica o jornal.

O Estadão ressalta que os governos petistas financiaram a “cleptocracia de Maduro” com empréstimos do BNDES. “Lula voltou ao poder garantindo que a Venezuela e outras ditaduras quitariam suas dívidas ‘porque são todos amigos do Brasil’ – leia-se, de Lula”, calculou o editorial. Mas o calote foi de quase R$ 7 bilhões.

Ainda segundo o jornal, Lula promoveu uma cortesia à ditadura “com o chapéu alheio, do contribuinte brasileiro”. E nem mesmo o calote bilionário serviu para que Lula refreasse “a sede de sangue” dos tiranos companheiros.

Pelo contrário. Lula continua a se achar um “estadista”, um líder da esquerda latino-americana. “Reza um ditado que numa mesa de pôquer há sempre um otário, e se você não sabe quem é, provavelmente é você”.  

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