A eventual suspensão das vendas de carne do Mercosul nas lojas do Carrefour da França não afetaria significativamente as exportações dos frigoríficos do Brasil. Os números oficiais mostram que os franceses estão entre os clientes de menor peso para o agro nacional nesse mercado.
De janeiro a outubro de 2024, por exemplo, os franceses compraram apenas 0,003% de todas as exportações de carne bovina do Brasil. É como se para cada 100 kg de carne vendida, um bife tivesse ido para os franceses. Esse desempenho é inferior ao de pequenas nações, como a Granada — nação cujo território consiste em uma ilha, povoada pouco pouco mais de 100 mil habitantes no de frente com litoral norte da América do Sul.
Atualmente, o Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo. Por volta de 27% das exportações que abastecem o mercado mundial saem dos frigoríficos brasileiros.
O país produz 11,8 milhões de toneladas de carne bovina por ano — e quase 4 milhões de toneladas vão para o exterior. Assim, o maior cliente é o mercado interno — onde a rede varejista já deixou claro que não vai parar de vender o alimento produzido pelos brasileiros.
A ofensiva contra a carne brasileira ocorre para atender o lobby local dos produtores franceses. No resto do mundo, a empresa continua lucrando com a produção dos brasileiros.
Carrefour e a carne do Brasil fora da França
De acordo com o próprio Carrefour, a suspensão das carnes do Mercosul vale apenas para as lojas da rede na França, como admitiu em nota dirigida à imprensa.
“O Carrefour França informa que a medida anunciada ontem, 20 de novembro, se aplica apenas às lojas na França”, afirma. “Em nenhum momento ela se refere à qualidade do produto do Mercosul, mas somente a uma demanda do setor agrícola francês, atualmente em um contexto de crise. Todos os outros países onde o Grupo Carrefour opera, incluindo Brasil e Argentina, continuam a operar sem qualquer alteração e podem continuar adquirindo carne do Mercosul. Nos outros países, onde há o modelo de franquia, também não há mudanças.”
Desse modo, no restante do mundo, incluindo os outros países membros do bloco, a carne sul-americana segue muito apreciada — e como fonte de muito lucro para a rede.
A carne bovina brasileira é apreciada em 130 nações ao redor do globo. O maior cliente do país no mercado externo é a China, responsável por praticamente metade de todas as compras. A UE, somando todos os seus países-membros, compra apenas 13%.
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