Sindicância da USP pede afastamento de professor acusado de assédio sexual

Uma sindicância na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) pediu o afastamento do professor Alysson Mascaro. O pedido é para que ele fique afastado do cargo enquanto durar a apuração interna.

Ele foi acusado por dez alunos e ex-alunos de assédio e abuso sexual. Mascaro, que leciona na faculdade desde 2006, nega as acusações. Sua defesa afirma que “as acusações não possuem materialidade” e são parte de uma tentativa coordenada de denegrir sua imagem.

Conforme a defesa, “todos os supostos relatos (anônimos) contra o professor surgem em um contexto no qual diversos perfis fakes de Instagram são criados para propagar calúnias, inverdades e estimular intrigas entre Mascaro e pessoas do ambiente acadêmico”.

Procedimentos e investigações da USP

A diretora-executiva do IBI, Manoela Miklos, expressou preocupação com a frequência desses episódios no meio acadêmico, como aqueles que aconteceram na USP | Foto: Reprodução Wikimedia Commons
Faculdade de Direito da USP | Foto: Reprodução Wikimedia Commons

Em resposta às denúncias, a faculdade instaurou um procedimento apuratório preliminar no dia seguinte à publicação. Um professor foi designado para presidir a sindicância, que tem prazo de 30 dias para conclusão.

Foi solicitado o afastamento de Mascaro durante a investigação, pedido que está em análise pela Procuradoria da USP. A direção da faculdade aguarda que as entidades estudantis forneçam os contatos das vítimas para prosseguir com a investigação.

Os relatos sugerem que os abusos ocorreram entre 2006 e o início de 2024. As acusações indicam que Mascaro usava sua posição de autoridade para cometer os abusos, alegando ter conexões influentes no Judiciário.

O que diz a defesa

Uma das vítimas afirmou que o professor contava com o apoio de membros do Grupo de Pesquisa Crítica do Direito e Subjetividade Jurídica para deletar comentários em suas redes sociais mencionando os abusos.

Antes da divulgação das denúncias, Mascaro declarou nas redes sociais que era alvo de “crime cibernético” e estava sendo perseguido por indivíduos que, “escudando-se no aparente anonimato no ambiente virtual desde meados de 2023, vêm buscando atacá-lo em sua honra”.

Além disso, a defesa de Mascaro registrou um boletim de ocorrência e uma representação criminal para investigar o crime de perseguição.

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