Argentina denuncia prisão de funcionário em sua Embaixada na Venezuela

O Ministério das Relações Exteriores da Argentina denunciou, nesta sexta-feira, 13, a prisão de um funcionário da sua embaixada em Caracas, na Venezuela. Desde agosto de 2024, o Brasil assume a responsabilidade pela representação diplomática argentina, depois de o governo de Nicolás Maduro expulsar os diplomatas do governo de Javier Milei, presidente da Argentina.

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A identidade do funcionário preso e as circunstâncias do incidente não foram especificadas, segundo revelou a CNN. A chancelaria argentina, no entanto, publicou uma nota em que relata que a prisão configura uma violação das normas internacionais, as quais garantem a inviolabilidade das sedes diplomáticas e a proteção de seus funcionários.

O governo argentino também mencionou que o episódio se insere em uma série de ações de intimidação e pressão contra os seis opositores venezuelanos asilados na embaixada argentina desde março de 2024.

Estes opositores, ligados à lider María Corina Machado, enfrentam acusações relacionadas à tentativa de desestabilização política no país, por meio de envolvimento com planos para gerar instabilidade no regime de Maduro. Eles foram alvo de mandados de prisão emitidos pelo governo venezuelano.

Além disso, há relatos de presença de franco-atiradores e agentes de segurança venezuelanos em torno da embaixada, com relatos de bloqueio no fornecimento de alimentos e água potável.

Acusação de manipulação das eleições

De acordo com fontes internas da embaixada, entregadores de alimentos têm sido impedidos de realizar entregas e, em algumas ocasiões, revistados sob acusações de colaboração com terroristas. Os asilados na embaixada também estariam racionando água e eletricidade.

Em setembro, o governo de Maduro, acusado de ter manipulado o resultado das últimas eleições, em que foi declarado vencedor, tentou revogar a autorização para que o Brasil cuidasse da embaixada argentina.

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A alegação é a de que o local estaria sendo usado para atividades ilícitas, incluindo o planejamento de ações contra o governo venezuelano, mas o Itamaraty não alterou sua posição.

“O governo brasileiro ressalta nesse contexto, nos termos das Convenções de Viena, a inviolabilidade das instalações da missão diplomática argentina, que atualmente abrigam seis asilados venezuelanos além de bens e arquivos”, declarou o Itamaraty, em setembro.

A diplomacia brasileira reiterou que só deixará de representar os interesses argentinos na Venezuela quando as chancelarias de Milei e de Maduro chegarem a um acordo para designar uma nova nação para a missão.

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