A gestão sob comando do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em baixa em São Bernardo do Campo (SP), município que há três décadas serve como domicílio eleitoral do petista. Levantamento divulgado pelo instituto Paraná Pesquisas na manhã desta segunda-feira, 16, mostra que a maioria da população local rejeita o trabalho do atual governo federal.
Conforme o material, 52,8% dos entrevistados em São Bernardo do Campo disseram que desaprovam a administração federal. O índice de aprovação ficou em 43,8%, enquanto que 3,4% não souberam responder ou não quiseram opinar.
O levantamento desta segunda-feira indica o crescimento da impopularidade do governo Lula em São Bernardo do Campo. Em fevereiro, por exemplo, 44,7% afirmaram que desaprovavam a gestão petista. Tal indicador não parou de subir desde então. Apresentou, a saber, os seguintes patamares: 46,3% (maio), 47,6% (julho), 49,5% (setembro) e 52,8% (dezembro).
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A aprovação, em contrapartida, segue em queda. De acordo com os mesmos cinco levantamentos do Paraná Pesquisas, o índice foi de 51,8%, em fevereiro, para 43,8%, agora, em dezembro — ainda teve registros de 50,9% (maio), 48,1% (julho) e 46,5% (setembro).
Mais de 30% do público de São Bernardo do Campo define gestão Lula como “péssima”
O Paraná Pesquisas também se propôs a entender como o povo de São Bernardo do Campo define a qualidade do governo Lula. A resposta mais popular nesse sentido foi “péssima”, com 32,4% do total. Boa, regular, ótima, ruim e não sabe/não opinou completam a lista, com 21,1%, 20,8%, 12,1%, 20,8% e 1,7%, respectivamente.
O instituto mostra que mais gente no domicílio eleitoral de Lula passou a classificar como “péssima” a gestão dele à frente do governo federal. Em fevereiro, 26,9% dos entrevistados definiram a administração federal dessa forma.
Natural de Garanhuns, no agreste pernambucano, Lula tem São Bernardo do Campo como domicílio eleitoral há mais de 30 anos — ele vota na Escola Estadual Dr. João Firmino Correia de Araújo, no bairro Assunção. Na cidade, o atual presidente da República trabalhou como torneio mecânico e passou a liderar movimentos grevistas de metalúrgicos no fim da década de 1970.
Em São Bernardo do Campo, cidade com 810 mil habitantes e que compõe a região conhecida como Grande ABC Paulista, a rejeição ao PT não se limita ao âmbito federal. Nas eleições municipais deste ano, o candidato petista ao cargo de prefeito são-bernardense, Luiz Fernando Teixeira, não conseguiu nem sequer ir ao segundo turno. O representante do Partido dos Trabalhadores ficou em terceiro, com 23,09% dos votos válidos.
Avaliação dos governos municipal e estadual
Além de indicar o avanço da desaprovação de Lula em seu próprio domicílio eleitoral, a equipe do Paraná Pesquisas mensurou como o público de São Bernardo do Campo avalia a administração do prefeito Orlando Morando (PSDB) e a do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Os dois apresentaram índices melhores que os do petista.
A aprovação de Morando, por exemplo, ficou em 69,9%. Na reta final de seu segundo mandato à frente do Paço Municipal, o tucano foi o responsável por tirar o PT do comando do Poder Executivo de São Bernardo do Campo. Em 2012, venceu a eleição que tinha o petista Tarcisio Secoli na disputa — naquele momento, o prefeito era Luiz Marinho, hoje ministro do Trabalho.
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Em relação a Tarcísio, a aprovação junto ao povo são-bernardense também está no positivo. De acordo com a pesquisa, 59,6% dos entrevistados aprovam a gestão à frente do Palácio dos Bandeirantes.
Dados estatísticos
Para realizar o levantamento referente aos níveis de aprovação dos governos de Morando, Tarcísio e Lula, o Paraná Pesquisas entrevistou 710 eleitores em potencial em São Bernardo do Campo. As entrevistas ocorreram nos dias 11, 12 e 13 de dezembro.
Conforme o instituto, a margem de erro da pesquisa é de 3,8 pontos porcentuais para mais ou para menos. Nesse sentido, o nível de confiança do material é de 95%.
“As entrevistas foram realizadas por uma equipe de entrevistadores e supervisores devidamente qualificada pelo instituto Paraná Pesquisas, com experiência e treinamento em pesquisas de opinião pública”, informa a empresa. “No decorrer do trabalho de coleta de dados, os questionários aplicados foram auditados em no mínimo 20% para verificação quanto ao cuidado na sua aplicação.”
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