A agência de notícias americana Bloomberg publicou nesta quarta-feira, 18, um longo artigo onde explica as razões da desvalorização do real frente ao dólar e da queda da Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
“Primeiro foi um colapso na moeda. Agora, o resto dos mercados financeiros do Brasil estão na mira, pois os investidores perdem a fé na capacidade do governo de conter uma crise fiscal cada vez mais profunda” explicou a Bloomberg.
Segundo a agência, “analistas do mercado consideram as medidas extraordinárias adotadas na terça-feira pelo Banco Central para conter a queda da moeda pouco mais do que uma solução temporária, e alertam que as ações dos legisladores pra desidratar um pacote de austeridade de alto perfil provavelmente só aumentarão a turbulência dos mercados”.
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A matéria da Bloomberg salienta também que muitos investidores estão acumulando papéis de hedges contra um possível calote da dívida soberana brasileira.
Investidores cada vez mais céticos com o Brasil
“A debandada crescente mostra como os investidores estão cada vez mais céticos de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteja falando sério sobre conter um déficit fiscal crescente. O Brasil está com um déficit orçamentário anual de 10% — muito maior do que os vistos durante a primeira administração do presidente esquerdista. Sua recente cirurgia cerebral de emergência ocorreu no pior momento possível, complicando ainda mais os esforços para sustentar as contas públicas”, continua a matéria.
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O real foi a moeda que registrou o pior desempenho no mundo nos últimos dias, alcançando uma queda de 21% somente neste ano em relação ao dólar.
O Ibovespa, por sua vez, caiu 3,8% no período.
À medida que o real perdia força ao longo desta semana, estrategistas do mercado financeiro se apressaram em abandonar apostas otimistas nos ativos brasileiros.
Por exemplo, os analistas do banco americano JPMorgan abandonaram sua visão positiva sobre a dívida em dólar do Brasil, enquanto o Credit Agricole SA saiu de sua posição tática overweight no real.
Os analistas estariam esperando uma taxa básica de juros (Selic) que alcance um pico de 16,25% ao ano em 2025. Algo que aumentaria o ônus do custo de juros do governo e ampliaria ainda mais o déficit.
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Para muitos investidores, o risco de dominância fiscal, em que a política monetária se torna ineficaz, está começando a surgir no panorama econômico brasileiro.
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