Dólar bate recorde e fecha a R$ 6,26

O dólar bateu recorde e fechou a R$ 6,26, a maior cotação da história, nesta quarta-feira, 18. Isso ocorre em meio às preocupações do mercado financeiro com o pacote de cortes de gastos, apresentado pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso Nacional.

Na noite desta terça-feira, 17, a Câmara dos Deputados aprovou medidas que proíbem a ampliação de benefícios tributários quando as contas públicas apresentarem desempenho negativo. Em caso de déficit primário, em que as despesas superam as receitas, um “gatilho” deve limitar o aumento dos gastos governamentais com pessoal.

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O pacote visa a economizar R$ 70 bilhões nos próximos dois anos e R$ 375 bilhões até 2030. Os principais pontos da medida ainda serão votados no Congresso, como mudanças nas regras do salário-mínimo e abonos salariais.

Entretanto, o mercado financeiro está cético quanto à capacidade do governo de controlar o endividamento público a longo prazo. O jornalista e apresentador do programa Oeste Negócios, Adalberto Piotto, criticou a ação do governo e cobrou maior dedicação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Adilson Carvalhal Júnior e Adalberto Piotto, lado a lado | Foto: Divulgação/Revista Oeste
Adilson Carvalhal Júnior e Adalberto Piotto, lado a lado | Foto: Divulgação/Revista Oeste

“O governo passa mais de um mês discutindo um pacote de corte de gastos, entrega um projeto insuficiente, o Congresso é obrigado a votar sem tempo para discussão e o ministro Fernando Haddad, de quem o mercado ainda esperava um pouco de sobriedade, anuncia férias?”, indagou Piotto.

O impacto limitado do pacote de gastos

Os economistas esperavam ações mais estruturais, como ajustes na Previdência e nos gastos atrelados ao salário-mínimo, saúde e educação. Sem essas reformas, o pacote pode ter impacto limitado, segundo analistas de mercado.

A resistência do governo é atribuída à preservação de políticas públicas e promessas de campanha de Lula. Segundo do portal g1, os aliados de Haddad acreditam que a aprovação do pacote poderá trazer algum alívio, mas não o suficiente para influenciar na cotação do dólar.

“Como o mercado não reagiria diante de tamanha insegurança com o futuro da economia?”, perguntou Piotto. “E, ainda pior, a completa falta de ações do governo para tentar mitigar os problemas ou acalmar o mercado. O governo parece fazer de conta que não é com ele. Mas é.”

A moeda norte-americana subiu 2,82% nesta quarta-feira e acumulou alta de 3,64% na semana, 3,39% no mês e 25,62% no ano. O Ibovespa caiu 2,97% nesta quarta-feira, teve perda de 3,38% no mês e recuou 8,82% no ano.

Decisão do Fed pode influenciar no dólar

No cenário internacional, a atenção está voltada para a reunião do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos. A expectativa é que o Fed corte as taxas de juros em 0,25 ponto porcentual.

O corte de juros nos EUA pode ter impactos positivos para o Brasil, ao tornar os títulos norte-americanos menos atrativos e aumentar o fluxo de capital para mercados emergentes. O Fed deve divulgar o corte às 19h (horário de Brasília) desta quarta-feira.

O apresentador do Oeste Negócios, programa transmitido todas as segundas-feiras a partir das 20h30, não acredita que o cenário internacional tem grande influência na cotação do dólar. Para o jornalista, o pacote de gastos é o suficiente para a disparada da moeda norte-americana.

“Esqueçam o mundo, a decisão do Federal Reserve ou qualquer outra coisa”, afirmou Piotto. “A escalada do dólar nos últimos dias e o recorde no fechamento desta quarta-feira são por erros única e exclusivamente de política econômica doméstica do governo Lula.”

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