O novo líder da Síria, Ahmed al-Sharaa, anunciou um acordo com ex-facções rebeldes e decidiu integrá-las ao Ministério da Defesa. Essa decisão visa a consolidar os grupos armados que lutaram contra o regime de Bashar al-Assad, segundo comunicado divulgado nesta terça-feira, 24.
Mohammed al-Bashir, primeiro-ministro interino, havia antecipado que o ministério passaria por uma reestruturação, incluindo ex-facções rebeldes e militares desertores. Murhaf Abu Qasra, figura proeminente na insurgência contra Assad, foi nomeado ministro da Defesa. Isso marca uma nova fase na administração de segurança no país.
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Al Sharaa enfatizou que um dos principais objetivos é impedir a circulação de armas fora do controle estatal. A ideia é aplicar essa política nas regiões onde as Forças Democráticas Sírias, predominantemente curdas, operam — especialmente no nordeste do país.
Imagens da agência Sana mostraram al-Sharaa reunido com líderes de várias facções armadas. No entanto, representantes das forças curdas não estavam presentes, o que indica desafios na inclusão de todos os grupos.
A complexa composição étnica e religiosa da Síria, que inclui curdos, xiitas, cristãos ortodoxos e drusos, enfrentou temores sobre um futuro governo sunita islâmico.
O que diz o novo líder da Síria
Al Sharaa assegurou a representantes ocidentais que a organização HTS, liderada por ele, “não buscará vingança contra o antigo regime nem reprimirá qualquer minoria religiosa”. Essa declaração visa a tranquilizar as minorias sobre seu papel na nova estrutura de poder.
Os militantes liderados pela HTS capturaram Damasco em 8 de dezembro, o que forçou Assad a fugir e encerrar mais de 13 anos de guerra civil e o longo domínio da família Assad.
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Depois de sua saída, Assad viajou para Moscou, onde recebeu asilo do governo russo. Ele afirmou que sua retirada não foi planejada e que Damasco havia caído “nas mãos de terroristas”.
A Rússia, principal aliada internacional de Assad desde o começo do conflito em 2011, continua a negar que a queda do regime sírio represente uma derrota. O presidente Vladimir Putin acredita que o apoio russo não foi em vão, apesar das mudanças políticas na Síria.
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