‘Temi pela minha vida’, diz mãe de atleta que sofreu ataques da esquerda nas redes sociais

Um caso de linchamento virtual chamou atenção nas redes sociais nesta semana. Em seu perfil do Twitter/X, a mesa-tenista Yasmin Saddock, de 13 anos, e sua mãe, Kelly Cristina Kubis, sofreram ataques da esquerda depois de publicarem críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Poderia ser mais uma situação corriqueira, não fosse a gravidade dos insultos dirigidos às duas. A crítica foi pela falta de apoio do governo aos atletas brasileiros.

Algumas pessoas ligadas a Lula, como o ator José de Abreu, acusou Kelly de explorar a própria filha.

Já o influenciador Thiago dos Reis, conhecido por dar palestra em eventos do Partido dos Trabalhadores (PT) e de ter um mandado de prisão em aberto, chamou Yasmin de “hipócrita”.

Outros internautas chegaram a debochar de Yasmin, ao sugerir que a atleta deveria criar um perfil na plataforma de conteúdo adulto OnlyFans para arrecadar dinheiro.

Em razão destes e outros ataques, Kelly disse estar assustada. Em entrevista à edição desta sexta-feira, 27, do Jornal da Oeste, a mãe de Yasmin disse que chegou “a temer pela própria vida”. “Só porque criticamos o governo recebemos muitas ameaças”, afirmou.

Entenda a história de Yasmin Saddock

Na segunda-feira 23, a atleta publicou um novo pedido de auxílio no Twitter/X, em que divide o perfil com a mãe. Kelly monitora as interações.

Desta vez, o post apresentou uma crítica ao governo Lula. “Estamos vivendo em um país onde o governo está uma merd* e não apoia os atletas”, escreveu. “Por isso, preciso pedir ajuda para me manter no esporte.”

Yasmin Saddock, jogadora de tênis de mesa que sonha em participar das Olimpíadas, que tem uma realização olímpica
Yasmin Saddock joga pela Sociedade Thalia, de Curitiba (PR) | Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

A publicação recebeu mais de 15 mil curtidas. Com a repercussão, esquerdistas passaram a atacar Yasmin e sua mãe. Um perfil com 185 mil seguidores, conhecido no nicho de esportes, chegou a acusar Kelly de usar a imagem de Yasmin para “fazer propaganda política”.

A atleta não tem condições para financiar sua carreira esportiva 

Conforme noticiou Oeste, em agosto deste ano, Yasmin não tem idade suficiente para ser beneficiada pelo Bolsa Atleta, que exige que os esportistas tenham uma idade mínima de 14 anos para receber auxílio do governo. Os valores iniciais para atletas de base e atletas estudantis são de R$ 370 mensais.

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Sem a bolsa, Yasmin e sua família dependem de doações e de um programa de incentivo esportivo da Companhia Paranaense de Energia (Copel), de R$ 250 mensais, para arcar com os custos de treinos e competições. Recentemente, ela conquistou o terceiro lugar na categoria feminina do TMB Platinum, o maior campeonato de tênis de mesa da América Latina.

Antes do torneio, foi convocada para a Seleção Paranaense de Tênis de Mesa na categoria sub-13. Ao longo de 2024, também ganhou 16 medalhas ao representar a Sociedade Thalia, clube de Curitiba (PR).

“Comecei em uma mesa de cimento”, conta Yasmin Saddock. “Ganhei quatro torneios na escola sem treinar. Pedi para minha mãe permissão para ir a um torneio de verdade. Perdi. Depois disso, pedi para minha mãe para poder treinar. Depois, joguei outros torneios e ganhei.”

Apoio da direita

Apesar dos ataques, a publicação de Yasmin também gerou apoio de pessoas alinhadas à direita.

Ao longo de 2024, Yasmin Saddock conquistou 16 medalhas para a Sociedade Thalia, clube esportivo de Curitiba (PR) | Foto: Reprodução/Acervo pessoal
Ao longo de 2024, Yasmin Saddock conquistou 16 medalhas para a Sociedade Thalia, clube esportivo de Curitiba (PR) | Foto: Reprodução/Acervo pessoal

O deputado distrital de Brasília Eduardo Pedrosa (União Brasil) expressou apoio à atleta em suas redes sociais: “Conte com o apoio de quem acredita no poder do esporte e na importância de dar voz a essas lutas”, escreveu. “Sua [Kelly] força é admirável, e a Yasmin tem um exemplo incrível ao lado dela.”

O investidor Tiago Guitián Reis, fundador da Suno Research, doou R$ 1 mil para ajudar na mudança de Yasmin para Foz do Iguaçu (PR), onde ela treinará com a Seleção Paranaense de Tênis de Mesa.

“Contribuí com os R$ 1 mil que faltavam para a campanha da Yasmin, pois acredito que apoiar quem está na linha de frente contra ideologias que ameaçam nossa liberdade é um ato essencial”, disse. “A coragem dela em se posicionar, mesmo sob pressão, é uma inspiração a todos nós e merece nosso reconhecimento.”

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