Mergulhadores em Fernando de Noronha capturam 140 peixes predadores em ação recorde

Uma operação de mergulho realizada no domingo 22 em Fernando de Noronha resultou na captura inédita de 140 peixes-leão.

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A ação, conduzida pelo Centro de Mergulho Sea Paradise em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio-Noronha), é a maior captura já registrada no arquipélago. A informação é do portal do ICMBio.

Fernando Rodrigues, mergulhador e diretor da Sea Paradise, explicou que os mergulhos ocorreram em quatro pontos: três no Parque Nacional Marinho e um na Área de Proteção Ambiental (APA).

Este foi o último monitoramento de 2024. O número de peixes capturados foi recorde, segundo Rodrigues.

“Nosso foco foi explorar pontos já mapeados para verificar a taxa de repovoamento do peixe-leão, identificando a densidade e os tamanhos da espécie. O menor peixe-leão media apenas 10 centímetros, enquanto o maior ultrapassou 45 centímetros. Essa foi a operação com maior número de captura até o momento.”

Rodrigues destacou que esta iniciativa retrata o compromisso da equipe com a preservação do meio ambiente. “Nós estamos comprometidos com apoio às pesquisas científicas por acreditar na importância na manutenção do bem-estar do meio ambiente”, observou o diretor da Sea Paradise.

“Atuar no manejo dessa espécie invasora reafirma o nosso compromisso, garantindo a longevidade das espécies marinhas que são, direta ou indiretamente, ameaçadas pela proliferação do peixe-leão.”

O peixe-leão (pterois volitans) é nativo da região indo-pacífica. Foi visto pela primeira vez no Brasil em 2014 e chegou a Noronha em 2020. Desde então, mais de mil exemplares foram capturados.

De acordo com o portal, a espécie é um predador voraz. Consome até 20 peixes em apenas 30 minutos, o que pode prejudicar o ecossistema local. A capacidade de reprodução é rápida, com a espécie colocando até 30 mil ovos de uma vez.

Peixe predador às vezes ajuda no controle populacional

Pedro Pereira, coordenador do Projeto Conservação Recifal (PCR), explicou que, apesar de estarem concentrados em áreas mais profundas, há uma tendência de os peixes-leão migrarem para águas rasas.

“É importante destacar que essas capturas foram feitas em áreas que não têm sido manejadas com frequência, o que mostra também que a população está aumentando devido a essa falta deste trabalho de captura dos bichos, aumentando mais ainda a necessidade de colaboração, de inclusão de novas operadoras, incentivo à pesquisa, para que o manejo continue.”


O coordenador do PCR também admite que o peixe-leão seja liberado para consumo. Neste caso, capturado e utilizado para alimentação. A ideia é que, ao liberar o consumo da espécie, seja possível incentivá-la a ser capturada de forma regular, seja para consumo humano ou comercialização.

Isso, na visão da equipe, ajudaria a controlar a população crescente de peixes-leão, que está prejudicando o ecossistema marinho local.“A gente está trabalhando para tentar liberar o consumo, para que faça com uma pressão maior de diminuir a população dos bichos.”

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O ICMBio-Noronha também apoia a estratégia de viabilizar o consumo do peixe-leão. “O Núcleo de Gestão Integrada (NGI) do ICMBio-Noronha também acredita na estratégia de viabilizar o consumo do peixe-leão”, afirmou Lilian Hangae, chefe do NGI-Noronha.

O órgão incentiva, por enquanto, as operadoras de mergulho a continuarem o manejo. “Sem predadores naturais, o peixe-leão consome os animais marinhos nativos”, diz Hangae.

“Uma população crescente pode prejudicar a biodiversidade e a economia do mergulho. Colaborar com o manejo do peixe-leão é contribuir para a sustentabilidade.”

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