Adriano Celentano nasceu em Milão no ano de 1938. Saiu da pobreza para ser cantor de rock na Italia e virar ator de cinema. Ele está no elenco do clássico La Dolce Vita, de Federico Fellini, no papel de… um cantor de rock. Depois ele foi aderindo à canção romântica e fez sucesso internacional numa época de grande prestígio para o pop italiano.
Em 1972, Celentano (que também era um ótimo cômico) escreveu uma composição que parecia inglês, misturava palavras sem sentido e não queria dizer nada. O título: “Prisencolinensinainciusol”. “Desde que comecei a cantar, fui muito influenciado pela música americana e por tudo o que os americanos faziam”, declarou Celentano. “Então, em um certo ponto, porque eu gosto da gíria americana — que, para um cantor, é muito mais fácil de cantar do que a italiana — pensei que escreveria uma música que teria apenas como tema a incapacidade de se comunicar. E para fazer isso, eu tive que escrever uma música em que a letra não significasse nada.” Segundo ele, uma das inspirações foi a história bíblica da Torre de Babel.
O que era para ser uma piada virou um de seus maiores sucessos. É exagero dizer que Adriano Celentano criou o rap, mas todos os elementos estão lá, já em 1972 – o ritmo repetitivo (com uma certa semelhança com o baião) e uma sessão de metais que parece sampleada de algum disco de James Brown. Atualmente “Prisencolinensinainciusol” voltou a circular com tudo como clipe nas redes sociais e foi incluida na trilha sonora da série Ted Lasso. Essa é uma de suas versões, gravada no programa Formula Due. A moça em destaque que canta um pedacinho e toca a gaita é sua mulher, Claudia Mori.
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