A Ucrânia fechou nesta terça-feira, 31, o trânsito de gás natural da Rússia para a Europa. O movimento marca o fim de um contrato que proporcionava receitas multimilionárias ao governo russo.
Apesar de o acordo expirar oficialmente no último dia de 2024, o corte do fluxo vai ser efetivado às 3h (horário de Brasília) desta quarta-feira, 1º.
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O sistema de gasodutos ucraniano permitia que a Gazprom, consórcio russo, exportasse gás para países como Áustria, Hungria, Eslováquia e Moldávia. Em contrapartida, a Ucrânia arrecadava cerca de US$ 700 milhões anuais.
No entanto, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse em novembro que não permitiria que a Rússia continuasse lucrando enquanto agredia seu país.
A Rússia minimizou o impacto da decisão. O presidente Vladimir Putin afirmou que a Gazprom vai conseguir lidar com a perda do trânsito pela Ucrânia. “Nós sobreviveremos, a Gazprom vai sobreviver”, declarou.
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Putin também alertou que a interrupção pode elevar os preços dos combustíveis e reiterou que Moscou sempre priorizou o fornecimento de gás para a Europa e a “despolitização das questões econômicas”.
A Comissão Europeia, no entanto, informou que o impacto sobre a segurança do abastecimento do bloco vai ser “limitado”, como previsto.
Moscou sugeriu redirecionar o gás via Polônia, uma rota tecnicamente viável, segundo Putin, mas até agora inativa por decisão polonesa.
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“A Polônia fechou a rota através de seu território”, disse Putin. “Há uma rota ativa lá, ninguém a atacou, não há explosões, ela funciona, basta apertar o botão, só isso, e [o gás] vai passar pelo território da Polônia.”
Países afetados por decisão da Ucrânia buscam alternativas
A decisão da Ucrânia gerou reações de países impactados. O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, sugeriu que empresas europeias comprem o gás diretamente na fronteira entre Rússia e Ucrânia, o que faria com que o produto deixasse de ser russo.
De acordo com Orbán, isso forçaria a Ucrânia a permitir o trânsito do gás de acordo com seu acordo de livre comércio com a União Europeia.
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Já o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, ameaçou retaliar, incluindo cortar o fornecimento emergencial de eletricidade à Ucrânia, caso o país não revisasse sua posição.
O corte do trânsito de gás russo pela da Ucrânia afeta de forma significativa a Moldávia, que decretou emergência energética de 60 dias em antecipação à falta de energia, já que sua única usina termoelétrica funciona com gás da Rússia.
Na região separatista moldava da Transnístria, a situação é ainda mais grave, pois depende exclusivamente do gás russo, enquanto o restante da Moldávia pode receber suprimentos da vizinha Romênia.
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