O líder da oposição venezuelana, Edmundo González, que reivindica a vitória sobre Nicolás Maduro nas eleições de julho, deixou Madri, na Espanha, e está a caminho da Argentina. O movimento acontece poucos dias antes da cerimônia de posse do terceiro mandato do ditador, marcada para 10 de janeiro.
Autoridades da Venezuela oferecem recompensa de US$ 100 mil por informações que levem à sua captura.
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González, que se exilou na Espanha em setembro e prometeu retornar à Venezuela para “assumir a presidência” no lugar de Maduro, deve chegar em breve a Buenos Aires.
As eleições de julho no país foram alvo de múltiplas denúncias de fraude. A oposição afirma ter evidências, como atas de cerca de 80% das urnas, que indicam manipulação a favor de Maduro. A votação não foi reconhecida por vários países, incluindo Brasil, Estados Unidos e membros da União Europeia.
A imprensa argentina relata que González, 75, deve se reunir com o presidente Javier Milei. Assim como outros líderes, Milei não reconhece a reeleição de Maduro, alinhando-se à posição de outros países da América Latina, Europa e Estados Unidos.
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A autoproclamação de vitória de Maduro gerou protestos violentos, deixando 28 mortos, cerca de 200 feridos e 2,4 mil presos. Entre os detidos, três morreram na prisão e aproximadamente 1,4 mil foram colocados em liberdade condicional.
Maduro, que considera as alegações de fraude como parte de um plano de “golpe de Estado” da oposição, prepara-se para iniciar um novo mandato com o apoio das forças armadas, cujo alto comando declarou “lealdade absoluta” ao presidente.
“No dia 10 de janeiro de 2025, sairemos às ruas aos milhões para empossar a Venezuela”, disse o presidente em um vídeo publicado no Instagram nesta quinta-feira, 2, com imagens de um discurso que fez em dezembro nos portões do palácio presidencial de Miraflores, em Caracas.
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Por sua vez, a líder opositora María Corina Machado divulgou, em 31 de dezembro, um vídeo com González convocando protestos antes da posse de Maduro.
“O momento está muito próximo de nos ver novamente nas ruas da Venezuela para reivindicar a vitória”, disse Machado, que está escondida devido às ameaças de prisão, sem dar mais detalhes.
Argentina denuncia Maduro ao TPI por detenção de militar
Ainda nesta quinta-feira, o Ministério das Relações Exteriores da Argentina anunciou que apresentou uma denúncia contra a Venezuela no Tribunal Penal Internacional (TPI) por “detenção arbitrária e desaparecimento forçado” do militar argentino Nahuel Gallo, detido em 8 de dezembro de 2024 e acusado de “terrorismo” pela promotoria venezuelana.
Em comunicado, a Argentina responsabilizou o procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, e classificou a prisão de Gallo como “uma grave e flagrante violação dos direitos humanos”.
As relações diplomáticas entre o presidente argentino Javier Milei e Nicolás Maduro já estavam tensas e chegaram ao fim depois de Milei rejeitar a reeleição de Maduro.
Com o rompimento, a embaixada argentina em Caracas passou a ser protegida pelo Brasil, onde seis colaboradores de María Corina Machado, acusados de “terrorismo”, buscaram refúgio em março.
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