A Argentina formalizou uma denúncia contra a Venezuela no Tribunal Penal Internacional (TPI) nesta quinta-feira, 3. O motivo foi a “detenção arbitrária e desaparecimento forçado” do policial argentino Nahuel Gallo, acusado de terrorismo pelo Ministério Público venezuelano, em 8 de dezembro.
Em nota oficial, o governo argentino classificou a prisão como uma “violação grave e flagrante dos direitos humanos”. A detenção, diz a nota oficial da chancelaria, evidencia um padrão sistemático de crimes contra a humanidade em curso na Venezuela, “os quais claramente estão sob a jurisdição do TPI”, diz a nota.
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La Argentina solicita medidas cautelares a la CIDH por Nahuel Gallo
La República Argentina solicitó hoy a la CIDH medidas cautelares en favor de Nahuel Agustín Gallo, detenido ilegalmente en la República Bolivariana de Venezuela, en un acto que constituye una grave violación de… pic.twitter.com/K3XGCUPxlz
— Cancillería Argentina 🇦🇷 (@Cancilleria_Ar) January 3, 2025
Nahuel Gallo, de 33 anos, foi preso na Venezuela depois de atravessar a fronteira com a Colômbia. De acordo com o governo argentino, ele ia visitar a mulher e o filho, que completa dois anos neste mês.
Na última sexta-feira, o procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, disse que Gallo tentou entrar no país de forma irregular. Saab acusou o argentino de ocultar o “verdadeiro plano criminoso” ao alegar uma visita à família, mas não deu detalhes sobre a origem das afirmações.
O policial argentino será acusado de conspiração e associação criminosa, conforme indicado pelo procurador, que confirmou à AFP a detenção de Gallo em Caracas.
La dictadura de Maduro difundió este video de nuestro gendarme.
¡DEVUÉLVANLO YA A SU PATRIA! pic.twitter.com/znjqKJegkx
— Patricia Bullrich (@PatoBullrich) January 3, 2025
Patricia Bullrich, ministra da Segurança da Argentina, questionou as acusações de Saab e ressaltou que o policial entrou na Venezuela legalmente. “O que foi ilegal foi a forma como ele foi sequestrado na fronteira”, disse ela.
A chancelaria argentina também solicitou medidas cautelares à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) em favor de Nahuel Gallo. A petição “ressalta a arbitrariedade da detenção”, diz a nota do governo, e pede medidas urgentes para garantir a proteção do policial, ordenar sua liberação imediata e assegurar o retorno seguro dele à Argentina.
Detención arbitraria y desaparición forzada de Nahuel Gallo: Argentina presentó una denuncia ante la Corte Penal Internacional
La República Argentina informa que ha presentado una denuncia ante la Corte Penal Internacional (CPI) por la detención arbitraria y desaparición forzada… pic.twitter.com/mGnOptEWwt
— Cancillería Argentina 🇦🇷 (@Cancilleria_Ar) January 2, 2025
Mais uma tensão na diplomacia entre Argentina e Venezuela
As relações diplomáticas entre Argentina e Venezuela já estavam tensas, mas romperam-se definitivamente diante da decisão de Caracas em reação à recusa do presidente Javier Milei em reconhecer a reeleição de Nicolás Maduro para um terceiro mandato consecutivo de seis anos, em julho passado. No dia seguinte ao resultado da eleição, a ditadura venezuelana expulsou os diplomatas argentinos.
Desde então, o Brasil ficou responsável pela sede diplomática argentina. Assim, o país assumiu a proteção de seis opositores venezuelanos que tinham asilo na embaixada desde março. O regime chavista tentou retirar a gestão brasileira do edifício, mas o Brasil se opôs.
A prisão de Gallo aconteceu na mesma semana em que o chanceler argentino, Gerardo Werthein, exigiu, perante a Organização dos Estados Americanos (OEA), que Nicolás Maduro concedesse salvo-condutos aos asilados.
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