Em fevereiro completa um ano da primeira fuga do sistema penitenciário federal desde a inauguração da série de cinco presídios de segurança máxima há 18 anos. Na época, segundo o jornal Gazeta do Povo, o governo Lula da Silva prometeu construir novas muralhas de contenção. No entanto, apenas uma foi iniciada e a perspectiva é que sejam necessários pelo menos mais três anos para fazer quatro muros.
A fuga em 2024 deixou claro a fragilidade da segurança pública no governo de Lula da Silva. A situação tornou-se principalmente um dos maiores desafios do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, depois de assumir a pasta.
Governo Lula prioriza desencarceramento
Dois detentos do Comando Vermelho conseguiram fugir do presídio de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte, sem plano ou ajuda externa. Eles escaparam de uma cela por uma luminária e fugiram até a área externa do presídio, onde cortaram uma pequena cerca e desapareceram.
Com a fuga, Lewandowski prometeu urgência na construção de muros. Ele, contudo, não deu um prazo e as obras não foram concretizadas. Para enfrentar o problema na violência no país, o governo federal tem se voltado mais para políticas de desencarceramento e imposição de regras mais brandas para abordagens policiais nos Estados.
A ideia de construir grandes muralhas blindadas para suportar ataques às unidades prisionais nasceu primeiramente no governo de Jair Bolsonaro (PL). O objetivo era, principalmente, dificultar fugas e eventuais tentativas de resgates. A estrutura de Brasília, última construída e inaugurada em 2018, é a única a contar com uma muralha.
A extensão do projeto para outras quatro penitenciárias não andou. O plano que Lewandowski prometeu tem custo de R$ 160 milhões. A única nova obra que o governo começou a executar depois da vexatória fuga foi em Porto Velho (RO), em 2023. Mas ela teve atrasos, aumento de custos operacionais e um suposto erro de projeto. O Ministério da Justiça nega o erro. Ocorre que a estrutura que deveria ser entregue em março deste ano está com apenas 11% dos serviços concluídos, segundo informou o próprio governo federal.
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