Lula transforma Secom em braço de campanha à reeleição, diz Estadão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeou o marqueteiro de sua campanha eleitoral de 2022, Sidônio Palmeira, como ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom).

Para o jornal O Estado de S.Paulo, o demiurgo petista decidiu parar de fingir que respeita os limites institucionais da Presidência e resolveu converter a Secom de vez em braço publicitário de sua campanha à reeleição.

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O veículo pontua que, a Secom, quando estava aos cuidados do petista Paulo Pimenta, já fazia esse trabalho. Em vez de se dedicar a “formular e implementar a política de comunicação e divulgação social do Poder Executivo federal”, como diz o texto legal que rege o trabalho da Secom, Pimenta usava a estrutura estatal para reverberar os discursos palanqueiros de Lula e do Partido dos Trabalhadores (PT).

“Portanto, Pimenta foi demitido apenas por incompetência”, diz o Estadão. “Na avaliação de Lula, ao que tudo indica, seu agora ex-ministro não fez o suficiente para convencer a opinião pública de que o governo é tão fabuloso quanto os petistas acham que é e que deve ser reconduzido na eleição de 2026.”

Pimenta estava de aviso prévio desde que Lula afirmou, em dezembro, que havia um erro na comunicação do governo e que faria as “correções necessárias para que a gente não reclame que não estamos nos comunicando bem”.

“Muito antes, porém, o marqueteiro Sidônio Palmeira já estava dando seus palpites, e de certa forma participou de alguns dos maiores desastres recentes de comunicação do governo”, acrescenta a publicação.

Sidônio, por exemplo, esteve presente na elaboração do ruinoso pronunciamento do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em novembro passado – aquele que deveria demonstrar o compromisso do governo com o equilíbrio fiscal, mas que acabou incluindo a promessa de ampliação da isenção de Imposto de Renda.

Em entrevista recente à Globo News, o próprio Haddad reconheceu que ali houve um “problema grave na comunicação”. Segundo ele, “misturar Imposto de Renda [com pacote fiscal] foi um problema”. “O ministro não disse, mas todos sabem que o tal ‘problema’ não apareceu por abiogênese: foi criado pelo próprio Lula e por seu marqueteiro”, diz o Estadão.

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Sidônio dirigiu vídeo de Lula com Galípolo

Além disso, Sidônio pessoalmente dirigiu o vídeo em que Lula apresenta o futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e garante que não vai interferir na gestão do rapaz. Para o jornal, este é o tipo da mensagem que não deveria nem ter sido produzida, porque a autonomia do Banco Central não é um favor do presidente, e sim uma determinação legal.

“Ou seja, Sidônio já vem mostrando seu serviço, e a comunicação do governo continua trôpega”, avalia o texto. “A razão disso é muito simples: nem Pimenta, nem Sidônio são mágicos ou fazem milagres. É muito difícil convencer os brasileiros de que o governo Lula, errático e demagógico, é melhor do que as aparências sugerem.”

“Tudo se complica ainda mais diante da loquacidade de Lula”, acrescenta o Estadão. “A lista de gafes e barbaridades cometidas pelo petista é extensa. Algumas são apenas constrangedoras, como quando Lula disse que a democracia é um conceito relativo, ao defender o ditador Nicolás Maduro, ou quando comparou a ação israelense em Gaza ao Holocausto.”

Sidônio Palmeira foi marqueteiro de Lula para as eleições de 2022 | Foto: Reprodução/Twitter/X
Sidônio Palmeira foi marqueteiro de Lula para as eleições de 2022 | Foto: Reprodução/Twitter/X

Outras, no entanto, resultaram em maior prejuízo ao país, como os ataques ao ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que indicaram seu desejo de interferir na política monetária.

“Sidônio não tem nenhuma experiência de governo nem de comunicação pública, mas nada disso é necessário quando o objetivo é ajudar Lula a se reeleger”, diz o jornal.

Sidônio já disse que a ideia é investir nas redes sociais, território em que a oposição a Lula costuma prosperar, e declarou que o problema de comunicação do governo não se resume à Secretaria de Comunicação, e sim a todos os Ministérios.

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“Ou seja, o marqueteiro quer ordem unida: o esforço eleitoral deve ser conjunto e coordenado”, analisa o veículo. “Afinal, a campanha, para Lula, já começou faz tempo – a rigor, desde que ele tomou posse.”

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