O governo Lula confirmou a presença da embaixadora brasileira na Venezuela, Glivânia Oliveira, na posse do ditador Nicolás Maduro na presidência da Venezuela. O evento acontece nesta sexta-feira, 10, em Caracas.
A decisão do governo petista foi mantida, apesar do sequestro da opositora María Corina Machado na última quinta-feira, 9, enquanto ela participava de um protesto contra o regime. A justificativa é de que a manutenção de relações diplomáticas com a Venezuela é necessária para mediar conflitos.
O presidente Lula, por sua vez, insiste na narrativa de que não reconhece o resultado das eleições venezuelanas e que Maduro deve explicações à comunidade internacional e ao Brasil sobre a falta de transparência no processo eleitoral. Porém, as relações com a ditadura permanecem.
Sequestro de opositora um dia antes da posse de Maduro
A oposição da Venezuela denunciou nesta quinta-feira, 9, o sequestro de sua líder, María Corina Machado. “María Corina foi violentamente interceptada à sua saída da concentração em Chacao”, afirmou uma publicação da campanha da política no Twitter/X. “Tropas do regime atiraram contra as motocicletas que a transportavam”.
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Os homens que a raptaram estavam encapuzados e portando armas de fogo. Algumas horas depois, o partido de Corina informou que sequestradores a libertaram, mas, antes, a obrigaram a gravar vídeos.
Fraudes nas eleições da Venezuela
A oposição, liderada por Corina, tem denunciado manipulações nas eleições, realizadas em 28 de julho de 2024. O Supremo Tribunal venezuelano a impediu de concorrer à presidência em janeiro de 2024, alegando “irregularidades administrativas” durante o mandato dela como deputada.
Corina Yoris, que substituiria María Corina, também não conseguiu formalizar sua candidatura. Dessa forma, quem concorreu contra Maduro foi o diplomata Edmundo González. Ele não consegue voltar à Venezuela, sob o risco de ser preso.
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, controlado pela ditadura, anunciou a vitória de Maduro. O órgão, porém, não divulgou os boletins de urna.
O Centro Carter, organização criada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, se manifestou afirmando que as eleições na Venezuela “não foram democráticas”.
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