Fracasso do monitoramento do Pix: governo e imprensa insistem em culpar supostas ‘fake news’

Depois de a Receita Federal revogar a Portaria 2.219/2024, que ampliaria a fiscalização sobre as transações financeiras via Pix, o governo Lula e a imprensa tradicional apostaram na tese de que a divulgação de fake news resultou na rejeição da medida pelos brasileiros.

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O Jornal Nacional, por exemplo, lançou um vídeo no Twitter/X assim que a Receita Federal anunciou a revogação da portaria. De acordo com a âncora do noticioso, Renata Vasconcellos, o recuo do governo se deu depois de uma “onda de desinformação”.


Em 9 de janeiro, dias antes da revogação da portaria, o perfil oficial do Ministério da Fazenda publicou um vídeo em que o ministro Fernando Haddad elenca as informações falsas divulgadas nas redes sociais.


O argumento de fake news sobre o Pix

Os vazamentos ocorreram entre 26 de junho e 2 de julho | Foto: Reprodução/Redes sociais
Na prática, seria possível que o Fisco brasileiro avançasse sobre brasileiros | Foto: Reprodução/Redes sociais

Se a medida imposta pelo governo Lula prosperasse, seria possível que o Fisco brasileiro avançasse sobre pequenos empreendedores que movimentassem mais de R$ 5 mil em suas contas pessoais e mais de R$ 15 mil em suas contas empresariais.

Isso serviu de base para um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que criticou o monitoramento do Pix. Em pouco mais de 24 horas, a publicação obteve mais de 240 milhões de visualizações. Nos comentários, centenas de milhares de contas corroboraram a ideia do parlamentar.


Nikolas afirmou que a taxação direta do Pix não iria ocorrer. Mesmo assim, o jornal O Globo publicou uma notícia em que informou que o parlamentar acusou Lula de querer taxar a modalidade de pagamento. O Twitter/X apontou a fake news do jornal por meio de sua modalidade de moderação, as notas da comunidade.

A revogação e as fake news

No título das matérias sobre o recuo da Receita Federal, grandes veículos de imprensa do Brasil colocaram o argumento de que a suposta onda de fake news deu base à decisão do governo. Confira algumas delas abaixo.


No Twitter/X, o deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) se posicionou contrário à tese de que as fake news tiveram peso na decisão do Fisco. Ele utilizou a manchete do portal g1, mas riscou o termo “fake news” e o substituiu por “revolta da população”.


Em entrevista ao Jornal da Oeste, o deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) também negou a possibilidade de o governo recuar em razão de um arrependimento. Para o parlamentar, a repercussão negativa é a grande responsável pela decisão desta quarta. Ele culpou o desgaste do governo por sua própria “gana por arrecadação”.



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