Alvo da Polícia Federal (PF), a diretora da ONG Pacto Social & Carcerário, Luciene Neves Ferreira, participou de uma audiência pública na Câmara dos Deputados em 30 de agosto de 2023. O evento ocorreu sob a promoção da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial para debater as “condições dos cárceres, prevenção e combate à tortura”.
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A ONG, presidida por Luciene, foi alvo da Operação Scream Fake (Grito Falso, em português), deflagrada pela Polícia Federal na última quarta-feira, dia 15. A ação resultou na prisão de 12 pessoas associadas ao grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC), incluindo a presidente e o vice-presidente da organização, Geraldo Salles.
A investigação teve início depois da apreensão de cartões de memória e manuscritos com um visitante de presídio. Ela revelou que o PCC se dividia em setores da organização, como “gravatas”, “saúde”, “financeiro” e “reivindicações”.
Este último, supostamente, envolvia a ONG em promover manifestações e denúncias para desestabilizar o sistema de Justiça — algo que a organização nega.
Durante a audiência na Câmara, Luciene afirmou que seu companheiro, Salles, é graduado e pós-graduado. “Eu também sou acadêmica”, disse. “Minhas filhas, que foram geradas no sistema prisional, são acadêmicas também. Nós temos uma bandeira, nós temos uma causa.”
Benefícios recebidos do governo e apreensões da PF
Em 2016, Luciene viajou de São Paulo para Brasília para participar, como delegada, da 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres. O governo federal custeou suas passagens aéreas, que somaram R$ 1,1 mil. O evento buscou debater propostas para a formulação de políticas públicas.
Além disso, Luciene recebeu R$ 4,6 mil em auxílio emergencial, entre junho de 2020 e outubro de 2021, em dez parcelas. Ela entrou no cadastro como beneficiária extra CadÚnico, destinado a famílias de baixa renda.
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A operação da PF também revelou que o PCC planejava manifestações que transcendiam as reivindicações pacíficas. Agentes apreenderam armas, coletes balísticos e radiocomunicadores, supostamente ligados a um esquema coordenado pela facção com a colaboração da ONG Pacto Social & Carcerário, utilizada para promover atos judiciais e populares, conforme interesses da organização criminosa.
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