A situação de emergência em saúde pública na Terra Yanomami, maior território indígena do Brasil, completou dois anos no último sábado, 20. Reportagem de Folha de S.Paulo publicada nesta segunda-feira, 20, afirma que o governo Luiz Inácio Lula da Silva não fornece dados oficiais completos sobre mortes e doenças na região em 2024.
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A gestão petista iniciou em 2023 ações para expulsar garimpeiros que atuam na área. À época, cerca de 20 mil invasores atuavam no local. Os indígenas sofriam gravemente com os casos de malária descontrolada e desnutrição severa.
Em 2023, 363 mortes de ianomâmis foram registradas, superando as 343 de 2022. Em 2024, houve 155 óbitos no primeiro semestre, uma redução de 27% em relação ao mesmo período de 2023. Contudo, o governo ainda não divulgou dados completos de 2024. Ele alega difícil acesso à população.
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O Ministério da Saúde afirma que não há data prevista para o encerramento da emergência. Enquanto isso, profissionais que atuam no território dizem existir uma expectativa de que as ações na comunidade se encerrem neste ano de 2025.
Em nota, a pasta afirmou que “o planejamento de transição será estruturado com foco na continuidade da assistência, no fortalecimento à atenção primária e na ampliação da infraestrutura de saúde no território”.
Aumento de casos de malária na Terra Yanomami
Na Terra Yanomami, a malária registrou aumento de casos: de 14.450 nos primeiros seis meses de 2023 para 18.310 no mesmo período de 2024, de acordo com a publicação. O crescimento de 26,7% seria decorrente da ampliação de testagens. Apesar do aumento, o governo afirma que “se morre menos por malária” atualmente. Não há comparação aproximada com a realidade de outros territórios tradicionais no Brasil.
Para enfrentar a crise, o governo afirma que abriu sete polos de saúde, totalizando 37 em funcionamento. A atual equipe de saúde conta com 1.759 profissionais, ante 690 no início de 2023. O governo também diz que melhorou o abastecimento de água, a vacinação e intensificou a vigilância nutricional. Também buscou ativamente crianças desnutridas e distribuiu 114 mil cestas básicas.
Investimentos e desafios
A Casa de Saúde Indígena (Casai) em Boa Vista ganhou melhor estrutura, abrigando atualmente a menor quantidade de pacientes desde o início da crise. O governo liberou R$ 1,7 bilhão em créditos extraordinários e houve uma redução de 91% nas áreas afetadas pelo garimpo de ouro, que em dezembro ocupava 313 hectares, comparados aos 4.570 hectares em março de 2024, segundo a Folha.
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