A Corregedoria da Polícia Militar prendeu na noite da última terça-feira, 21, o segundo policial suspeito de matar o delator do PCC Antônio Vinicius Gritzbach. O empresário foi executado em 8 de novembro de 2024, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
O soldado Ruan Silva Rodrigues foi preso no 20º Batalhão da Polícia Militar e seria encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes. De acordo com as investigações, esse PM preso na terça-feira 21 atuou diretamente na execução de Gritzbach com outros dois policiais militares: o cabo Denis Martins, suspeito de ser o primeiro executor, foi preso preventivamente na última sexta-feira, 17; e o tenente Fernando Genauro, suspeito de ser o motorista.
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A geolocalização dos celulares dos três mostra que eles estavam no aeroporto no momento do crime, de acordo com o portal g1.
Outros 16 policiais militares já tinham sido presos na semana passada por envolvimento no caso. Já o tenente Fernando Genauro da Silva foi preso no sábado 18. Conforme revelado pelo Estadão, ele era amigo de Gritzbach e frequentava a casa do delator.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo, Ruan Silva Rodrigues foi preso por policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) no Jardim Umuarama, em Osasco, em cumprimento a um mandado de prisão temporária. Ele ficará detido no Presídio Militar Romão Gomes (PMRG).
Outros presos
Na sexta-feira 17, um estudante de Direito suspeito de ter auxiliado na fuga de um dos olheiros do PCC foi preso. Marcos Soares Brito, de 23 anos, foi encontrado no Tatuapé, zona leste da capital paulista. Ele teria colaborado com Kauê Amaral Coelho, de 29 anos, apontado como olheiro do PCC. Também na sexta, foi detida a modelo Jackeline Moreira, de 28 anos, tida como namorada de Kauê.
Na quinta-feira 16, um homem suspeito de ser um dos atiradores, um policial militar da ativa, de 40 anos, foi preso em operação da Corregedoria da PM. Outros 14 agentes também foram presos na operação, incluindo dois tenentes. Eles integrariam um esquema de escolta para Gritzbach. Todos os policiais tiveram a prisão mantida nesta sexta após passar por audiência de custódia.
Quem era o delator do PCC Antônio Vinícius Gritzbach?
Delator do PCC, Antonio Vinicius Lopes Gritzbach estava no centro de uma das maiores investigações feitas até hoje sobre a lavagem de dinheiro do PCC em São Paulo, envolvendo os negócios da facção na região do Tatuapé, zona leste paulistana.
Sua trajetória está associada à chegada do dinheiro do tráfico internacional de drogas ao PCC. Ele fechou acordo de delação premiada em abril. Em reação, a facção pôs um prêmio de R$ 3 milhões pela sua cabeça.
Gritzbach era um corretor de imóveis da construtora Porte Engenharia quando conheceu o grupo de traficantes de drogas de Anselmo Bechelli Santa Fausta, o “Cara Preta”. Vinícius Gritzbach foi demitido pela empresa em 2018.
Foi a acusação de ter mandado matar “Cara Preta”, em 2021, que motivou a primeira sentença de morte contra ele, decretada pela facção.
Para a polícia, Gritzbach foi responsável pelo desfalque de R$ 100 milhões em criptomoedas do grupo de “Cara Preta” e, quando se viu cobrado pelo traficante, decidiu matá-lo. O empresário teria contratado Noé Alves Schaum para matar o traficante.
O crime foi cometido em 27 de dezembro de 2021. Além de Cara Preta, o atirador matou Antonio Corona Neto, o “Sem Sangue”, segurança do traficante. Conforme as investigações, Schaum foi capturado pelo PCC em janeiro de 2022, julgado pelo tribunal do crime e esquartejado por um criminoso conhecido como “Klaus Barbie”, referência ao oficial nazista que atuou na França ocupada na 2ª Guerra, onde se tornou o Carniceiro de Lyon.
Redação Oeste, com informações da Agência Estado
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