Cuba critica Trump por volta à lista de apoiadores do terrorismo

O ditador de Cuba, Miguel Díaz-Canel, criticou a decisão do presidente Donald Trump de recolocar Cuba na lista dos Estados Unidos de patrocinadores do terrorismo.

A medida foi anunciada na segunda-feira 20, revertendo a decisão anterior do presidente Joe Biden, que havia retirado Cuba da lista no início de seu governo. Díaz-Canel expressou suas críticas em uma postagem no Twitter/X.

Ele chamou a ação de Trump de “um ato de arrogância e desrespeito à verdade”, acusando o presidente republicano de intensificar a “cruel guerra econômica” contra Cuba, com o objetivo de dominação.

A lista de países patrocinadores do terrorismo foi criada em 1979, durante a Guerra Fria, para impor sanções econômicas e embargos aos países acusados de apoiar atividades extremistas. Além de Cuba, estão na lista Coreia do Norte, Irã e Síria.

Cuba foi retirada da lista em 2015, sob o governo de Barack Obama, mas foi reinserida em 2021, no fim do primeiro mandato de Trump.

Na época, o então secretário de Estado, Mike Pompeo, afirmou que Cuba estava “fornecendo apoio a atos de terrorismo internacional ao conceder refúgio a terroristas”.

Reações internacionais e posicionamento de Cuba

Em janeiro deste ano, ao retirar Cuba da lista, o governo de Biden declarou que a ilha não havia apoiado o terrorismo internacional nos últimos seis meses. O governo do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), celebrou a decisão.

O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez, também criticou a decisão de Trump, afirmando que o republicano mente ao dizer que Cuba patrocina atos terroristas.

“Sua determinação é aumentar a punição e a guerra econômica contra as famílias cubanas”, declarou em seu perfil no Twitter/X. “Isso causará danos, mas não quebrará a firme determinação do nosso povo. Nós venceremos.”

Rússia critica decisão de Trump

Bandeiras de Cuba e da Rússia
Bandeiras de Cuba e da Rússia | Foto: Reprodução/Redes sociais

A Rússia criticou a decisão recente dos Estados Unidos de reincluir Cuba na lista de países acusados de apoiar o terrorismo.

Essa medida foi interpretada como uma tentativa de desestabilizar o governo cubano, afirmou Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

Zakharova afirmou que a decisão busca “endurecer as restrições financeiras e econômicas” impostas à ilha, com o objetivo de provocar uma mudança de regime.

Ela ainda alega que a inclusão de Cuba na lista é injustificada, já que o país “coopera ativamente no combate ao terrorismo”.

Para a Rússia, a decisão irá afetar negativamente a qualidade de vida dos cubanos, sugerindo que o objetivo é gerar descontentamento social. O país assegurou que continuará apoiando Cuba em sua luta pelo “fim imediato e completo” do bloqueio, classificado como “ilegal e desumano”.

As relações entre Rússia e Cuba se intensificaram desde a ofensiva russa na Ucrânia, iniciada em 2022.

Em fevereiro de 2024, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, visitou Cuba, seguido pela viagem do presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, à Rússia três meses depois.

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