O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mandou indiretas a possíveis nomes da direita que pensam em substituí-lo nas eleições de 2026. Em entrevista ao canal Auriverde Brasil, no YouTube, o político, que está inelegível, criticou a “direita limpinha” e o discurso de “terceira via”.
“Não fica inventando terceira via, direita limpinha, não sei o quê”, disse Bolsonaro, sem mencionar nenhum nome. “Fazer um gestinho para lá, para cá, com sua inexperiência, com a sua até boa vontade, mas você não tem como enfrentar hoje em dia um sistema pelo povo.”
Ao se comparar a uma “canoa velha para atravessar o rio cheio de piranhas”, Bolsonaro criticou candidatos jovens e disse que, sem ele, as eleições de 2026 não serão democráticas.
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“Alguns de pouca idade já estão se lançando aí como candidatos, dizendo ‘vou resolver’, na base da lacração”, exemplificou o ex-presidente. “Não quero falar aqui dicas de quem seriam essas pessoas.”
Os nomes que querem se candidatar à Presidência em 2026
Pelo menos dois nomes conhecidos da direita se apresentaram recentemente como possíveis candidatos à Presidência da República: o empresário Pablo Marçal, que concorreu à Prefeitura de São Paulo em 2024; e o cantor Gusttavo Lima, que apoiou Bolsonaro em 2022.
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Outro nome tem ganhado força, sobretudo nas redes sociais: o do parlamentar Nikolas Ferreira (PL-MG). Deputado federal mais votado do Brasil e da história de Minas Gerais em 2022, Nikolas ganhou ainda mais popularidade no começo do mês com o episódio do monitoramento do Pix.
O vídeo que ele publicou no Instagram criticando a medida “furou a bolha” da direita e teve mais de 300 milhões de visualizações em menos de uma semana.
Nikolas, no entanto, não poderá concorrer às eleições presidenciais em 2026 por causa da pouca idade. É preciso ter ao menos 35 anos, e ele terá apenas 30.
O deputado Eros Biondini (PL-MG) está tentando resolver esse problema. Ele busca assinaturas na Câmara dos Deputados para uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que diminuiria para 30 anos a idade mínima para disputar cargos como presidente, vice e senador.
Nikolas, por sua vez, reitera sua lealdade a Bolsonaro. Em entrevista à TV Connect USA, emissora digital dirigida por brasileiros e sediada na Flórida, ele disse que, se a PEC for aprovada, pretende concorrer ao Senado e não à Presidência.
Os possíveis substitutos de Bolsonaro
Outros dois nomes despontam como possíveis substitutos de Bolsonaro. O da própria ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). A situação ainda não está definida.
Há também os que se apresentam como “terceira via”, que é o caso do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil).
O ex-presidente, porém, tem sugerido que acredita na reversão de sua inelegibilidade. “Tenho certeza absoluta, se Deus quiser, que, se eu disputar as eleições, ganho”, disse.
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Ele também afirmou que espera que seja feita “uma limpa” dentro do partido em 2026, tanto para a Presidência quanto para deputados e senadores. Segundo ele, o PL está com “uma dúzia de oportunistas”.
Bolsonaro lamentou não poder conversar com o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, sobre o assunto. Os dois estão impedidos de conversar por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da Operação Tempus Veritatis.
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