Ações judiciais contra planos de saúde aumentam em quase 30%

O número de ações judiciais contra operadoras de planos de saúde no Brasil aumentou 28% em 2024 em comparação a 2023.

Esses dados são de um levantamento do Citi, baseado em informações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que contabilizou quase mil processos. Em todo o país, foram 298,8 mil registros.

Entre janeiro e novembro de 2024, a média de processos foi de 5,9 para cada mil usuários de planos de saúde. Esse número é superior aos 4,6 processos por mil usuários registrados em 2023 e aos 3,5 observados em 2022.

O relatório, assinado pelos analistas Leandro Bastos e Renan Prata, revela que essa tendência reflete não apenas a alta judicialização do setor, mas também mudanças regulatórias recentes.

Estado de São Paulo lidera processos contra planos de saúde

Antes, tais processos só eram possíveis se não houvesse menores ou incapazes | Foto: Reprodução/Freepik
Estado de São Paulo registrou 11.503 processos contra planos de saúde | Foto: Reprodução/Freepik

A Hapvida, maior operadora de planos de saúde do Brasil, com cerca de 8,8 milhões de usuários, ilustrou o impacto financeiro dessas mudanças.

A empresa fechou o terceiro trimestre de 2024 com bloqueios e depósitos judiciais de R$ 869 milhões, o dobro do valor registrado no mesmo período de 2023.

Os Estados de São Paulo, Distrito Federal e Bahia concentraram a maioria das ações judiciais. São Paulo liderou, com 11.503 processos, ou 38 casos por dia, seguido pelo Distrito Federal, com 6.713 processos, equivalente a uma média de 22 casos diários.

A Bahia registrou 4.355 ações, cerca de 14 por dia. Apesar de a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) oferecer canais para mediação de conflitos, muitos consumidores optam por recorrer à Justiça.

Ocorrências mais comuns

Os processos judiciais geralmente tratam de negativas de cobertura, aumentos abusivos e cancelamentos de contratos.

O crescimento dessas ações está ligado a fatores econômicos, como reajustes acima da inflação e cancelamentos arbitrários.

Além disso, mudanças, como o fim do limite para terapias de autismo em 2021 e a ampliação da lista de procedimentos obrigatórios em 2022, também aumentaram o número de casos.

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