Estudantes e ex-alunos da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) acusam o professor Alysson Mascaro de assédio sexual e moral. Segundo relatos ao jornal Folha de S.Paulo, o docente atraía alunos a seu apartamento com o pretexto de oferecer orientação acadêmica.
As denúncias foram registradas em um inquérito da faculdade, que está em andamento sob sigilo. O jornal divulgou as informações nesta quinta-feira, 30. Fabiana Marques, advogada do professor, afirma ter confiança na inocência de Mascaro e considera os relatos fracos.
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Até o momento, não há boletins de ocorrência contra ele, já que as queixas foram feitas apenas à USP. Os estudantes temem possíveis impactos em suas carreiras acadêmicas.
Um dos denunciantes, que preferiu não se identificar, afirmou ter conhecido Mascaro em 2022, durante uma aula de filosofia do Direito. Depois de elogiar a aula, descobriu que eram vizinhos. Dias depois, foi convidado para uma conversa de orientação acadêmica no apartamento do professor.
Segundo ele, Mascaro teria falado sobre a filosofia hedonista de Epicuro e feito avanços sexuais. Por fim, Mascaro teria dado um abraço no aluno, passado a boca em seu pescoço e esfregado seu pênis nele.
Professor teria pedido para aluno ficar de cueca
Outros estudantes relatam experiências semelhantes. Um afirmou ter sido pressionado a ficar de cueca, com a justificativa de que isso imitava a relação entre filósofos e discípulos na Grécia Antiga. As acusações estão centradas no grupo de pesquisa Crítica do Direito e Subjetividade Jurídica, liderado por Mascaro.
Outro aluno, que entrou no grupo em 2017, relatou à Folha que os novos membros deveriam escrever um artigo em homenagem a Mascaro e chamá-lo de mestre. O grupo, que inicialmente tinha cerca de 20 pessoas, cresceu para mais de cem durante a pandemia de covid-19.
Na época, o edital público permitia apenas 15 novos participantes. Muitos que participaram de entrevistas de seleção relataram investidas sexuais e, por isso, abandonaram o grupo. Em apoio aos denunciantes, 97 ex-orientandos publicaram uma nota.
Quem é o denunciado
Alysson Mascaro, advogado e filósofo marxista, atua na USP desde 2006 e nega todas as acusações. Em 30 de novembro de 2024, ele afirmou, em uma nota pública, ser vítima de um “crime cibernético”.
O professor acusou um grupo anônimo de tentar prejudicar sua imagem com acusações falsas. “Tal grupo de pessoas vem perpetrando acusações inverídicas para ferir sua imagem pública”, disse o texto.
O professor registrou uma queixa policial por perseguição virtual em 20 de novembro de 2024, que sua defesa pretende usar caso um processo administrativo seja instaurado. A investigação interna da USP foi concluída em dezembro e agora aguarda parecer da Procuradoria-Geral da universidade, que decidirá sobre a abertura de um processo administrativo que pode culminar na demissão de Mascaro.
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