Em 2024, o Brasil enfrentou chuvas intensas que resultaram em 251 mortes — o Rio Grande do Sul foi o Estado mais afetado. Este foi o quarto ano com mais mortes desde 1991. Além disso, cerca de 1 milhão de pessoas ficaram desabrigadas ou desalojadas, um número só superado pelo registrado em 2009.
Os dados foram coletados pelo Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD) e analisados pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Os desastres geo-hidrológicos, como inundações, enxurradas e deslizamentos, foram os principais responsáveis pelas tragédias. O ano de 2024 também foi o mais quente já registrado, desde que os registros são feitos.
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O Rio Grande do Sul foi o Estado mais afetado pelas chuvas, com 183 mortes, o que representa cerca de 70% dos óbitos nacionais. O Rio de Janeiro e o Espírito Santo também sofreram com 23 e 21 mortes, respectivamente.
A proporção de pessoas desabrigadas e desalojadas no Rio Grande do Sul foi igualmente alarmante, com cerca de 80%, ou aproximadamente 770 mil pessoas, que precisaram de abrigo ou foram deslocadas de suas casas.
El Niño contribuiu para as chuvas fortes
Embora o El Niño tenha contribuído para as fortes chuvas no Sul, a falta de adaptação e preparação amplificou os efeitos dos desastres.
“Ninguém estava preparado para um volume tão grande de chuva”, afirmou Rafael F. Luiz, tecnologista em desastres naturais do Cemaden.
Além das perdas humanas e sociais, as chuvas intensas em 2024 geraram prejuízos econômicos significativos, um total de R$ 9,2 bilhões.
Luiz disse que esses recursos teriam melhor uso em medidas preventivas de curto, médio e longo prazo, ao afirmar que “prevenção é a chave”. Ele sugeriu medidas estruturais, como estabilização de encostas e manutenção dos sistemas de drenagem, bem como investimento em Defesa Civil e planejamento territorial.
A professora Regina Rodrigues destacou também a importância de soluções baseadas na natureza, ou seja, estratégias que utilizam os ecossistemas para enfrentar desafios naturais. “A literatura científica mundial mostra que essas são as medidas mais eficazes e mais baratas”, afirmou.
Em 2024, o Cemaden emitiu um número recorde de 2,6 mil alertas de desastres.
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