A atuação do presidente Donald Trump para encerrar a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas é apenas o primeiro passo do presidente dos Estados Unidos para a região.
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Bem ao seu estilo, Trump quer algo grandioso: trazer a estabilidade ao Oriente Médio. Obter um acordo de paz entre Israel e Arábia Saudita será o ponto crucial para isso.
Neste momento, a possibilidade de um acordo mediado pelos Estados Unidos (EUA), ganha força como parte de um plano estratégico a ser feito por etapas, depois da guerra em Gaza. Para conter a influência do Irã.
“O recente cessar-fogo e a liberação de reféns podem ser vistos como passos positivos que criam um ambiente mais propício para negociações amplas”, afirmou a Oeste Karina Calandrin, especialista em Relações Internacionais e assessora do Instituto Brasil Israel.
“A disposição dos EUA em intermediar e garantir acordos aumenta a confiança das partes envolvidas, tornando um possível acordo entre Israel e Arábia Saudita mais viável no futuro próximo.”
Nada será mais determinante para transformar a turbulenta região do que um entendimento entre o Estado judeu e o representante máximo do islã, pais onde se situam os locais mais sagrados para os muçulmanos. Não há um ortodoxo islâmico que não se volte a Meca, todos os dias, para rezar.
Por isso, o negociador Steve Witkoff trabalha para a libertação de todos os reféns ainda sob controle do grupo terrorista já vislumbrando o fim desta linha de negociações, lá na ponta. Quando autoridades israelenses derem as mãos para representantes da realeza saudita.
Algo impensável, por exemplo, nos anos 1940, quando o presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt, vindo de uma das conferências entre os aliados, aportou em território saudita para uma reunião com o rei Ibn Saud. E este nem quis ouvir falar de negociações com Israel.
Arábia Saudita e os Acordos de Abraão
A Arábia Saudita, potência regional e guardiã dos locais sagrados do Islã, condiciona o reconhecimento de Israel à criação de um Estado palestino.
Nesta segunda-feira, 27, o presidente americano Donald Trump expressou otimismo sobre a concretização do acordo. “A Arábia Saudita acabará entrando nos Acordos de Abraão”, afirmou, sobre o trabalho de mediação de seu governo para, em 2020, Israel formalizar relações diplomáticas com Emirados Árabes e Bahrein.
“Em breve [isso ocorrerá]. Não falta muito”, declarou o presidente, durante a assinatura de ordens executivas no Salão Oval.
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Zaha Hassan, analista do Carnegie Endowment for International Peace, destacou para a AP que a nomeação de Witkoff, um empresário com laços no Golfo, não foi fortuita. “Seus negócios na região podem torná-lo um mediador eficaz.”
O governo Trump quer mesmo consolidar um legado de estabilidade no Oriente Médio. Um acordo entre Israel e Arábia Saudita teria o potencial de ser um ponto sem volta. Além de isolar ainda mais o Irã e avançar na resolução de conflitos regionais, conforme completa Hassan.
“Dado o desejo de Trump de concretizar um acordo de normalização entre Arábia Saudita e Israel e a exigência saudita de que tal acordo inclua um Estado palestino ou um caminho irreversível para isso, há alguma esperança de que Trump, ao contrário de Biden, use o peso da presidência para alcançar um verdadeiro ‘acordo do século'”.
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