O discurso de Marcel van Hattem para a presidência da Câmara

O candidato à presidência da Câmara, deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), foi o primeiro a discursar no plenário da Casa, na tarde deste sábado, 1º. O parlamentar iniciou sua fala agradecendo os integrantes do partido: os deputados Adriana Ventura (SP), Gilson Marques (SC), Ricardo Salles (SP) e o senador Eduardo Girão (CE).

Em seu discurso, Marcel van Hattem saiu em defesa da população e dos mais vulneráveis. Ele destacou que a Casa não pode “aumentar os impostos” e permitir que “quem denuncia a coisa errada” acabe “perseguido, investigado e, no meu caso e de colegas parlamentares aqui presentes, indiciados pela Polícia Federal do Lula”.

+ Leia mais notícias de Política em Oeste

Marcel van Hattem citou também a passagem bíblica de Gálatas 6:9: “E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desistirmos”. Por fim, pediu o voto de “todos os parlamentares que querem uma Câmara verdadeiramente independente, altiva, que seja aquilo que o povo brasileiro deseja”.

Leia a íntegra do discurso de Marcel van Hattem:

“Senhor presidente, caros colegas parlamentares. Este é um momento solene desta casa legislativa. É um momento, senhor presidente, em que nós decidimos o rumo da casa do povo pelos próximos dois anos. 

É por isso que eu agradeço, inclusive, em primeiro lugar, ao meu partido Novo, deputado Adriana Ventura, Gilson Marques, Ricardo Salles, também o nosso senador Eduardo Girão, pela indicação do nome para representar aqui uma candidatura de direita, uma candidatura de oposição pelo meu posicionamento ideológico. 

Aproveito para agradecer aos colegas parlamentares que me incentivaram e que me apoiam a estar aqui representando estes mesmos valores. Mas, sobretudo, senhor presidente, eu agradeço ao povo brasileiro, o povo brasileiro que me trouxe aqui, o povo brasileiro que trouxe tantos parlamentares a esta casa porque se sentia longe da política. 

Lembro do meu discurso primeiro, em 2019, quando aqui a esta casa cheguei, em que lembrava que tantos ativistas chegaram aqui porque a política estava distanciada do cidadão comum. Que belo momento que vivemos e que belo momento que não podemos perder. 

Por isso, agradecendo ao povo brasileiro, senhor presidente, quero aqui dizer que a primeira pauta que um presidente da Câmara dos Deputados precisa defender, em virtude justamente do posicionamento de dezenas de parlamentares que já assinaram requerimentos desta ordem, é o impeachment de Luiz Inácio Lula da Silva. 

Senhor presidente, somos agora uma candidatura, pois coletiva, que é com apoio de tantos parlamentares, que diz a que veio. E aproveitando, pois, o sorteio, que não é sorteio, mas é, sem dúvida nenhuma, a vontade de Deus, que me permitiu fazer o discurso primeiro, faço aqui aos demais candidatos a provocação, em particular ao deputado Hugo Motta, que tem, sim, o meu respeito e com quem conversamos inclusive antes de lançar esta candidatura.

Nada pessoal contra ele temos, mas sim em relação aos seus posicionamentos, ou até mesmo, dizendo melhor, a falta deles. Há cinco temas sobre os quais eu dei entrevista a semana toda, mas os jornalistas que me entrevistaram não encontraram Hugo Motta para dar quaisquer palavras a respeito de seus compromissos a que, se vier a ser eleito presidente da Câmara dos Deputados. 

Eu pergunto, portanto, senhor presidente ao respeitável deputado Hugo Motta, se ele pautará um processo de impeachment de Lula, ou se o fato de ser uma candidatura apoiada pelo PT, pelo próprio Lula e pelo Partido Comunista do Brasil o impedirá de fazer o que é correto de acordo com a vontade do povo brasileiro. 

Pergunto, senhor presidente, também e espero a resposta na manifestação do deputado que tem apoio de Lula, do PT e do governo, se ele se comprometerá com a redução de impostos no Brasil. Estes últimos dois anos foram anos apenas de aumento de carga tributária. Para quê? Para os gastos de Janja, deputado Osmar Terra? Enquanto o povo sofre com a inflação nas gôndolas do supermercado, até a laranja disseram que deve ser substituída por outra fruta, porque o povo não consegue mais comprar.

É primordial que esta casa não aumente mais impostos, corte gastos abusivos e reduza a carga tributária, isso sim. Que haja combate à corrupção, chega de vivermos um momento em que quem é corrupto é até mesmo promovido, mas quem denuncia a corrupção, quem denuncia a coisa errada é até mesmo perseguido, investigado e, no meu caso e de colegas parlamentares aqui presentes e indiciados pela Polícia Federal do Lula, com o apoio do STF, que é seu sócio nesse consórcio malévolo, deputado Hugo Motta, haverá compromisso com a defesa de redução de impostos e também no combate à corrupção? 

Senhor Presidente, nós precisamos ter clareza sobre a anistia aos perseguidos políticos. Na direita, vejo muitos dizendo, ou alguns, na verdade, que haverá anistia com Hugo Motta presidente, mas na esquerda dizem que o compromisso é não pautar a anistia alguma. Como fica essa situação, senhor presidente? Os perseguidos políticos do 8 de janeiro, Débora dos Santos, um exemplo claro, mãe de família, não vê seus filhos há mais de dois anos, pichou “perdeu mané”, fez errado, mas a estátua em que seu batom estava já foi limpa no dia seguinte, senão no posterior, mas ela até hoje chora não podendo ver os seus filhos, que perseguição cruel de Lula, do PT e do STF, tantos de nós aqui deputados perseguidos, o presidente Bolsonaro também e outros como Daniel Silveira, ainda preso, e preciso lembrar com o voto de Hugo Motta para manter a sua prisão. 

Senhor presidente, talvez esse seja de todos agora o tema dos meus compromissos, o mais importante para esta Casa. O Congresso Nacional, em particular a nossa Casa Legislativa, está humilhada, está rebaixada. Nós somos 513 deputados federais eleitos por mais de 200 milhões de brasileiros, mas o nosso voto conjunto, seja a favor ou contra, quando aprova um projeto de lei aqui nesta Câmara, vale menos do que uma decisão monocrática de um Ministro do Supremo Tribunal Federal. Onde vamos parar, Senhor presidente, quando o Supremo Tribunal Federal tem lá dentro um dos seus ministros, que é líder do governo Lula? Tudo que é pauta, que é de interesse do governo, deputado Cajado, cai no mesmo ministro. Esse sorteio, deputado Marco Feliciano, esse sorteio é muito, muito cheio de sorte para alguns. 

Eu, por isso, senhor presidente, quero aqui lembrar que tivemos deputados cassados e esta Câmara, lamentavelmente, não se pronunciou como deveria. Começo com o deputado Deltan Dallagnol, passo pelo deputado Maurício Marcon, lembro da deputada Carla Zambelli, que nesta semana, aliás, foi ela a vítima de uma cassação injusta, deputado Mendonça Filho, pelo TRE de São Paulo, por suposta disseminação de fake news ou de abuso de poder político, porque ela é influente nas redes. É por isso que querem censura. É por isso que, será, Hugo Motta votou a favor da urgência do PL da Censura? Deputado Hugo Motta, a Vossa Excelência tem compromisso com o governo Lula e do PT, que o apoia, em pautar o PL da Censura, nós temos deputados aqui perseguidos como Nikolas, que chamam o Lula do que é: ladrão! Lula é ladrão! E ele disse isso lá na ONU representando a Câmara e está sofrendo processo, como estão também Gustavo Gayer, Carlos Jordy, General Girão, André Fernandes, Ottoni de Paula, Eduardo Bolsonaro, Cabo Gilberto, Bia Kicis, Júnior Amaral, Filipe Barros, Luiz Felipe, Gilvan da Federal, Sóstenes Cavalcanti, Carol de Toni, e eu certamente esqueci alguém, porque são muitos. O que esta Casa fará, senhor presidente? 

Eu, como presidente, sem dúvida nenhuma, terei compromisso inadiável com estas pautas que apontei há pouco. E para encerrar, senhor presidente, eu quero lembrar, eu quero lembrar aqui uma frase bíblica que me traz até emoção, deputado Alceu Moreira, meu conterrâneo gaúcho. Um versículo de um livro que o meu querido avô, o livro de Gálatas, meu querido avô saudoso desde 2015, quando nos deixou sobre ele, sobre este livro de Gálatas, meu avô Paulo Frederico Flores, escreveu o seu comentário: “E não nos cansemos de fazer o bem “, Gálatas 6:9. Repito: “E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desistirmos.” Muito obrigado senhor presidente. Conto com o voto de todos os parlamentares que querem uma Câmara verdadeiramente independente, altiva, que seja aquilo que o povo brasileiro deseja.”

O post O discurso de Marcel van Hattem para a presidência da Câmara apareceu primeiro em Revista Oeste.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.