O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta terça-feira, 4, uma medida que reduz o limite de alimentos processados e ultraprocessados na merenda escolar da rede pública.
O porcentual de alimentos processados e ultraprocessados na rede pública, hoje de 20%, cairá para 15% em 2025 e para 10% em 2026. Segundo Lula, a resolução vai incentivar os estudantes a adotarem uma alimentação mais saudável e evitará a figura do aluno “gordão”.
“Um presidente qualquer não vai estar preocupado em fazer reunião”, disse o petista, referindo-se a conversas sobre merenda escolar. “Ele está preocupado em conversar com o ministro da Educação? Não vai. Se tem dinheiro, vai comprar no supermercado; se não tem, não come. Essa é a lógica. Para que perder tempo com alimento saudável, se compro enlatado americano e todo mundo come? E vai ficar gordão.”
A mudança será implantada por meio de uma alteração na Resolução nº 6/2020, que estabelece as diretrizes do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). A nova norma afetará cerca de 40 milhões de alunos em quase 150 mil escolas públicas, responsáveis por fornecer aproximadamente 10 bilhões de refeições por ano.
Em discurso durante a cerimônia em Brasília, o presidente também elogiou a própria forma física. “Olha como estou bonito magrinho”, disse ao público. “Vamos ser francos, estou melhor do que… Então, a comida tem de ser saudável e gostosa. Saudável, de qualidade e barata.”
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Ao citar o personagem Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, Lula disse que há na cultura popular a ideia de que quem é magro está doente. “O bicho fica forte, gordo e se acha bonito”, observou.
Lula privilegia a compra de alimentos produzidos em assentamentos
A nova diretriz regulamenta a compra de alimentos da agricultura familiar para a merenda escolar. A prioridade será para assentamentos da reforma agrária, comunidades indígenas, quilombolas e grupos formais e informais de mulheres.
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Lula criticou um alegado “retrocesso” em políticas públicas e disse que “construir leva décadas, destruir basta um aloprado ganhar eleição”. Sem citar nomes, fez referência ao governo anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e a uma suposta prioridade dada aos colecionadores, atiradores desportivos e caçadores (CACs).
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“Vocês sabem como é que é: a gente passa horas e horas, meses e meses construindo uma coisa, entra um cara e, num decreto, destrói tudo”, disse. “Porque fica melhor criar CAC para as pessoas aprenderem a atirar do que criar escola para as pessoas aprenderem a estudar. É isso.”
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