Em seu editorial de opinião desta quinta-feira, 6, O Estado de S. Paulo expõe seu ceticismo em relação à nova lista de prioridades do governo Luiz Inácio Lula da Silva para os próximos dois anos. Para o jornal, a agenda que a gestão petista apresentou sofre de problemas estruturais, falta de clareza e, principalmente, ausência de medidas concretas para o equilíbrio das contas públicas.
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O Estadão ironiza as iniciativas do governo, chamando a agenda de “agendinha”, em uma referência ao chamado “pacotinho” fiscal, apresentado anteriormente. Este, segundo o jornal, gerou mais frustração do que resultados concretos. O editorial critica o que classifica como falta de um plano coeso:
“Quem tem 25 prioridades não tem nenhuma”, afirma o texto, destacando a inconsistência de um plano que depende de um Congresso com o qual o governo tem dificuldades de negociar.
Outro ponto que a publicação contesta veementemente é o fato de que o fortalecimento do arcabouço fiscal proposto pelo governo não inclui cortes de gastos. O jornal vê essa omissão como um problema fundamental e reforça que a trajetória da dívida pública segue incerta.
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Além disso, a arrecadação depende de fatores externos e da credibilidade fiscal, algo que, segundo o Estadão, o governo tem dificuldades de consolidar.
A análise também questiona a estratégia tributária do governo, principalmente a promessa de isentar quem ganha até R$ 5 mil mensais e compensar isso com taxação de milionários.
“Essa agenda também insiste em ações que custaram caro à credibilidade do ministro da Fazenda, Fernando Haddad”, diz o editorial. “O que há é um verdadeiro deserto de ideias, e a única ambição parece ser a de sobreviver até 2026”.
Governo Lula não oferece plano de desenvolvimento nacional
![As mensagens contraditórias que o governo Lula manda sobre sua disposição de cortar despesas se refletem na alta dos juros e do dólar | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil](https://medias.revistaoeste.com/wp-content/uploads/2024/10/lula-haddad.jpg)
No aspecto político, o jornal sustenta que o Congresso não está disposto a bancar medidas impopulares e que a responsabilidade de apresentar um projeto mobilizador cabe ao Executivo. Conforme o Estadão, o governo Lula não oferece um plano de desenvolvimento nacional, mas apenas medidas fragmentadas para “sobreviver até 2026”.
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O editorial é enfático: o governo não demonstra capacidade de articulação política nem compromisso real com reformas estruturais. O orçamento engessado e a necessidade de reorganizar ministérios para acomodar o Centrão são sinais de um governo que se preocupa mais em manter sua base de apoio do que em liderar mudanças substanciais.
Para o Estadão, a administração Lula está bem distante da promessa de reconstrução que ganhou tanto destaque durante a campanha eleitoral.
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