Nos últimos quatro anos (2021 a 2024), a Prefeitura do Recife, sob a gestão de João Campos (PSB), gastou R$ 609 milhões em festas, eventos e publicidade institucional. No mesmo período, o governo destinou um pouco mais de um terço disso (R$ 234 milhões) na reforma do sistema de drenagem, que é um problema crônico na cidade, segundo parte da população.
Disponíveis no Portal da Transparência do Recife, os dados mostram que o dinheiro gasto com shows e eventos aumentaram significativamente ao longo dos anos. Conforme o site Pernambuco Notícias, as despesas chegaram a R$ 142 milhões em 2024, sendo R$ 110 milhões apenas no Carnaval. Já a publicidade institucional consumiu R$ 258 milhões, com pico de R$ 87,9 milhões em 2023.
Campos: descaso com as inundações
No entanto, os investimentos na drenagem urbana, que são, segundo especialistas, fundamentais e urgentes para conter alagamentos e enchentes, foram bem menores. Neste caso, a Prefeitura destinou R$ 39,9 milhões em 2021, R$ 61,3 milhões em 2022, R$ 62,9 milhões em 2023 e R$ 71,7 milhões em 2024.
O alto investimento em festas e propaganda diante das recorrentes inundações na cidade tem gerado críticas, principalmente depois das fortes chuvas que vêm causando transtornos à população. Outra questão é a violência, evidenciada, por exemplo, no recente conflito entre torcedores do Sport e do Santa Cruz.
Na ocasião, um dos envolvidos foi seriamente agredido. O prefeito, por meio das redes sociais, lamentou o episódio. O discurso, contudo, não tem ajudado Recife a se livrar da condição de uma das capitais mais violentas do Brasil. Segundo o mais recente levantamento, a capital pernambucana está em sexto lugar.
O relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública coloca Recife atrás apenas de Salvador (BA), Macapá (AP), Manaus (AM), Porto Velho (RO) e Fortaleza (CE).
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