Rebeldes apoiados por Ruanda no leste da República Democrática do Congo (RDC) entraram, nesta sexta, 14, em Bukavu, segunda maior cidade da região. O avanço foi a mais recente conquista de terreno desde uma grande escalada da luta contra as forças do governo congolês.
Os rebeldes da facção M23 entraram na cidade de 1,3 milhão de habitantes e estavam avançando em direção ao centro, de acordo com Jean Samy, vice-presidente da sociedade civil em Kivu do Sul. Ele relatou tiros em alguns locais.
Vídeos postados nas redes sociais pareciam mostrar rebeldes marchando em direção à cidade. Em um dos vídeos, é possível ouvir alguém gritando: “Eles estão lá. Há muitos deles”. Horas antes, os rebeldes de Ruanda alegaram ter tomado um segundo aeroporto na região, na cidade de Kavumu. Enquanto isso, a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que os combates já deixaram 350 mil deslocados.
M23 soldiers executed a well-planned operation to capture Kavumu Airport, which was heavily guarded by numerous coalition government troops. However, M23 prevailed because they are driven by a clear cause, which fuels their determination and sacrifice at an exceptional level. pic.twitter.com/fWCLWWaUQs
— Queen Sierra 🇫🇯 (@sankalamunanga) February 14, 2025
Minerais na briga entre Ruanda e Congo
O M23, que é apoiado por cerca de 4 mil soldados da vizinha Ruanda, assumiu o controle da maior cidade do leste da RDC, Goma, no fim de janeiro. Os rebeldes são os mais proeminentes de mais de cem grupos armados que disputam o controle do leste do país, rico em minerais.
A rebelião matou pelo menos 2 mil pessoas em Goma. A agência de notícias Associated Press não pôde confirmar quem estava no controle do Aeroporto de Kavumu, que está localizado a cerca de 30 quilômetros de Bukavu, capital da Província de Kivu do Sul. Autoridades do governo da RDC não comentaram o avanço do M23.
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O Aeroporto de Kavumu se tornou um alvo depois que os rebeldes do M23 tomaram o Aeroporto Internacional de Goma. A cidade é um centro comercial e humanitário crítico que hospedou muitos dos 6,5 milhões de deslocados no conflito, a maior crise humanitária do mundo.
Brasileiro comanda missão de paz na África
A missão da ONU na RDC é comandada pelo general Ulisses Mesquita Gomes, do Exército do Brasil. Ele chegou ao país africano na semana passada para tentar conter um conflito que já deixou 17 mortos.
Revista Oeste, com informações da Agência Estado e da Associated Press
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