Denúncia da PGR não comprova concordância de Bolsonaro com plano de matar Lula

Na noite desta terça-feira, 18, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou uma denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, em que afirmou que o liberal estava ciente e anuiu com o plano “Punhal Verde Amarelo”. O objetivo teria sido assassinar autoridades, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice, Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

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“Os membros da organização criminosa estruturaram, no âmbito do Palácio do Planalto, plano de ataque às instituições, com vistas à derrocada do sistema de funcionamento dos Poderes e da ordem democrática, que recebeu o sinistro nome de ‘Punhal Verde Amarelo'”, escreve Gonet, na denúncia desta terça-feira, 18.

“O plano foi arquitetado e levado ao conhecimento do presidente da República, que a ele anuiu, ao tempo em que era divulgado relatório em que o Ministério da Defesa se via na contingência de reconhecer a inexistência de detecção de fraude nas eleições.”

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Entretanto, Gonet baseia sua denúncia principalmente em uma mensagem de WhatsApp enviada pelo general da reserva Mario Fernandes, então número 2 da Secretaria-Geral da Presidência e supostamente o autor do “Punhal Verde Amarelo”, ao tenente-coronel Mauro Cid, à época chefe da ajudância de ordens de Bolsonaro.

O argumento pode ser considerado frágil para afirmar que Bolsonaro concordou com o plano. Além disso, no indiciamento da Polícia Federal, há indicativos de que um documento referente ao plano tenha sido impresso no Palácio do Planalto e levado ao Palácio da Alvorada em momentos coincidentes com a presença do ex-presidente. Apesar disso, não há provas de que Bolsonaro teve o conhecimento ou que tenha concordado com ele.

Base da denúncia do PGR, Paulo Gonet, contra Bolsonaro

Paulo Gonet
O procurador-geral da República, Paulo Gonet | Foto: Antonio Augusto/STF

Na mensagem usada por Gonet para embasar a denúncia, Fernandes relata a Cid uma conversa com o ex-presidente. “Durante a conversa que eu tive com o presidente, ele citou que o dia 12, pela diplomação do vagabundo, não seria uma restrição, que isso pode, que qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro e tudo”, teria escrito o general da reserva. “Mas (…) aí, na hora eu disse, pô, presidente, mas o quanto antes, a gente já perdeu tantas oportunidades.”

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“A ciência do plano pelo presidente da República e a sua anuência a ele são evidenciadas por diálogos posteriores, comprobatórios de que Jair Bolsonaro acompanhou a evolução do esquema e a possível data de sua execução integra”, escreveu Gonet.

A conclusão do procurador-geral vai além da apresentada pelo PF no indiciamento. A corporação entende que Bolsonaro sabia do plano “Punhal Verde Amarelo”, mas não afirma que ele tenha autorizado a execução.

Por sua vez, Jair Bolsonaro já negou anteriormente qualquer envolvimento ou conhecimento sobre discussões para assassinar autoridades. Agora, o STF vai julgar a ação.

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