Para alguns, uma xícara de café é tão fundamental quanto o combustível no tanque de um carro. A procura por esses dois produtos é intensa — e os preços são um susto constante para os consumidores. Mas, por quilograma, o grão do qual surge a bebida vale muito mais do que o petróleo — a matéria-prima do diesel e da gasolina.
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Em janeiro de 2024, por exemplo, cada quilograma de café que o Brasil exportou saiu do país ao preço de US$ 5,4. Isso é 12 vezes mais do que o valor da mesma quantidade de petróleo nacional vendida no mercado externo: US$ 0,4.
Os dados são da Comex Stat, a plataforma do governo federal onde ficam registrados os preços praticados nas exportações do país. O histórico começa em 1997 e mostra que essa valorização do grão não é de hoje — apesar dos níveis atuais serem recordes.
Café versus petróleo
Desde 2002, a média anual do preço por quilo do grão supera a do óleo mineral. E isso nunca mais mudou.
Naquele ano, cada quilo de café verde exportado pelo Brasil foi vendido por cerca de US$ 0,8 — ao mesmo tempo, uma porção idêntica de petróleo bruto nacional chegou ao mercado externo pela média de US$ 0,14.
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O Brasil é o maior fornecedor mundial do grão. Atualmente, cerca de 40% de todo o café consumido no mundo vem das roças brasileiras. No petróleo, porém, a história é diferente. O país é, sim, um grande produtor, mas existem outras sete nações à sua frente. A fatia brasileira equivale a 4% do consumo global, enquanto a dos Estados Unidos — líder desse mercado — se aproxima de 13%.
Em média, os brasileiros extraem 3,4 milhões de barris de petróleo por dia, enquanto a colheita nacional de café equivale a 141 milhões de quilos por ano.
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