O processo contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), movido pelo grupo de comunicação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e da plataforma Rumble, coloca o Brasil no centro do debate sobre a liberdade de expressão. A conclusão é da jornalista e correspondente internacional Karina Michelin.
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Ela comentou o tema no Jornal da Oeste, apresentado por Geisiane Freitas, na tarde desta quinta-feira, 20. Karina afirmou que o governo Trump e as autoridades norte-americanas em geral estão de olho na situação do Brasil.
“O Brasil está sendo visto, muito acompanhado, sobretudo pelo governo Trump, dos EUA, que defende as liberdades individuais, a liberdade de expressão”, disse Karina. “Ninguém tem ideia de quanto custou essa liberdade que temos hoje, e essa liberdade está sendo tolhida, sobretudo por um juiz e por uma Suprema Corte que não permitem que a sociedade brasileira tenha, de fato, uma democracia, uma polarização que é saudável para a democracia, e que tenha o direito à oposição e, todos aqueles que pensam diferente, de se expressar.”
Karina Michelin afirmou que “o Brasil voltou para o centro da discussão sobre a liberdade de expressão”. Ela acredita que o resultado do processo será relevante para todo o Ocidente.
“Se o Alexandre de Moraes eventualmente ganhe sua causa, consiga defender aquilo que ele está fazendo até hoje, isso será uma perda enorme para todo o Ocidente, pois vai desencadear para o resto dos países”, avaliou a correspondente. “Mas eu não acredito que isso vá acontecer. Por outro lado, nós temos uma das maiores potências do mundo aliada de todo o povo brasileiro, que de fato está lutando pelas nossas liberdades. É um embate importante para a nossa história contemporânea.”
Assista à entrevista completa:
O processo contra Moraes
O grupo de comunicação de Trump e a plataforma de vídeos Rumble acionaram a Justiça norte-americana nesta quarta-feira, 19, contra o ministro.
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A ação, protocolada em um tribunal federal da Flórida, acusa Moraes de censura e solicita que suas ordens para a remoção de aplicativos e contas do Rumble não tenham validade nos EUA.
A acusação sustenta que o que motivou o processo foi o bloqueio, por ordem de Moraes, de várias contas de usuários no Rumble — plataforma de vídeos semelhante ao YouTube.
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Embora não seja diretamente impactado por decisões do STF, o Grupo de Comunicação e Tecnologia Trump — responsável pela rede social Truth Social, lançada pelo presidente norte-americano depois do seu banimento do Twitter, em 2021 — alega que as ordens do ministro brasileiro violam a Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que garante a liberdade de expressão.
O post ‘O Brasil está no centro da discussão sobre a liberdade de expressão’, diz Karina Michelin, sobre processo contra Moraes nos EUA apareceu primeiro em Revista Oeste.