Citibank cancela programas ‘woke’ para continuar fazendo negócios com governo Trump

O banco americano Citibank anunciou nesta sexta-feira, 21, que vai cancelar seus programas de diversidade e inclusã, conhecidos nos Estados Unidos com a sígla “DEI”.

“Mudanças regulatórias recentes nos Estados Unidos, incluindo novos requisitos para fornecedores do governo federal, exigem ajustes em algumas das estratégias globais usadas para atrair e apoiar talentos de diversas origens. Embora nossa meta seja manter a consistência global, a conformidade com as regulamentações locais pode exigir abordagens diferentes dependendo do país”, explicou a CEO do Citi, Jane Fraser, em carta enviada a todos os funcionários.

A equipe de “Diversidade, Equidade e Inclusão e Gestão de Talentos” do Citi será renomeada para “Gestão de Talentos e Engajamento”.

Novas atualizações podem ocorrer nas próximas semanas devido à “rápida evolução do contexto regulatório”, como salientou Fraser.

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A executiva disse que o banco “não manterá mais mais metas de representação ambiciosas, exceto quando exigido pela lei local. Não precisaremos mais ter inscrições ou painéis de seleção diversificados, embora continuaremos a incentivar perspectivas diversas nos processos de contratação e a buscar talentos nos mais amplos grupos disponíveis”.

Todavia, Fraser disse que a continuará a celebrar a diversidade cultural da nossa força de trabalho global.

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“Nosso compromisso com um ambiente de trabalho inclusivo continua forte, porque acreditamos que permitir que cada colega dê o seu melhor é fundamental para o nosso sucesso”, escreveu a executiva.

Em outras palavras, os programas DEI podem ser eliminados, mas os valores corporativos permanecerão os mesmos daqueles perseguidos nas últimas décadas.

“Sabemos que a adaptação às mudanças às vezes pode ser complexa, mas os valores fundamentais que fazem do Citi o que ele é não mudarão”, disse a executiva.

Metas ‘woke’ para o Citi

Em 2022, Fraser estabeleceu uma meta de aumentar a proporção de funcionários negros em cargos de vice-presidente associado a diretor administrativo para 11,5% nos EUA, Porto Rico e Canadá.

Globalmente, o banco pretendia aumentar a presença de mulheres nesses cargos para 43,5% , ante 40,6% registrados no final de 2021.

Metas que poderão ser deixadas de lado em favor de políticas mais alinhadas com a nova administração Trump.

Empresas estão abandonando diversidade

A mudança do Citigroup se encaixa em uma tendência mais ampla entre as empresas dos EUA, que estão reduzindo as iniciativas de diversidade devido à pressão política e legal.

Entre os principais bancos dos EUA, o Goldman Sachs já havia feito um anúncio nesse sentido na semana passada.

Empresas de consultoria, incluindo Accenture Plc, Booz Allen Hamilton Holding, KPMG e Deloitte abandonaram recentemente objetivos semelhantes, todas citando a ordem executiva de Donald Trump que proíbe programas de diversidade para contratados federais.

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Muitas grandes empresas americanas já começaram a revisar suas estratégias de diversidade e inclusão depois que a Suprema Corte dos Estados Unidos revogou a ação afirmativa nas admissões em faculdades em junho de 2023.

Logo após assumir o cargo, Trump revogou 78 decretos executivos assinados pelo seu predecessor, Joe Biden, incluindo pelo menos uma dúzia de medidas para apoiar a equidade racial e combater a discriminação contra gays e transgêneros.

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